Um grupo de 11 especialistas afirma que o sistema de proteção contra inundações e de drenagem pluvial de Porto Alegre não funcionou por falta de manutenção adequada. Os profissionais avaliam que o mecanismo deveria ter sofrido intervenções depois da última inundação, sete meses atrás.
As informações constam em manifesto direcionado à população da capital gaúcha e elenca medidas a serem tomadas de forma emergencial e outras a serem implementadas depois que as águas baixarem.
Porto Alegre deixa de gastar 23% do orçamento para manutenção do sistema contra cheias. De acordo com os profissionais, o sistema de proteção contra inundações de Porto Alegre é “robusto, eficiente e fácil de operar e manter”, mas que não recebeu manutenção e nem foi ampliado como poderia.
Construído para prevenir catástrofes como a enchente de 1941, o sistema de proteção contra cheias de Porto Alegre é composto por 68 km de diques de terra; 2,65 km de muro na avenida Mauá, no centro da cidade; 14 comportas e diversas casas de bomba espalhadas pelo município.
“Ao longo do sistema existem 23 casas de bombas, que também possuem comportas. Esse sistema, quando totalmente fechado impede o extravasamento das águas sobre a cidade. Impede a inundação até a cota de 6 m acima do mar”, traz trecho do manifesto.
A água é retirada da cidade por meio do bombeamento das casas de bombas, diques internos e condutos forçados (dutos que levam as águas para o Guaíba em dutos completamente fechados desde pontos mais altos). Ou seja, os dois sistemas -de proteção contra inundações e de drenagem- precisam funcionar de forma integrada, segundo os especialistas.
De acordo com o grupo, os sistemas vazam ou não funcionam adequadamente por falta de manutenção.
“Não tem a necessária manutenção permanente, especialmente em relação às comportas, tanto ao longo do muro e abaixo da av. Castelo Branco, bem como as comportas junto às casas de bombas. Os diques e os muros não vazam. Os vazamentos estão em boa parte das comportas sem manutenção”, afirma.
Os especialistas afirmam que as deficiências ficaram visíveis na inundação de setembro de 2023.
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“No ano passado, quando o sistema foi acionado, durante as inundações com início no Vale do Taquari e que também inundaram a região metropolitana, as deficiências nas comportas ficaram visíveis, fáceis de serem sanadas, mas não foram. As próprias casas de bombas, bem como as estações de bombeamento de Água Bruta estão inundadas”, ressaltam.
Os especialistas dizem que é preciso fechar os vazamentos nas comportas para evitar a entrada e o retorno da água do Guaíba, recompor os condutos forçados e bombear a água da inundação de Porto Alegre para o Guaíba por meio das casas de bombas ou outra forma.
Eles elencam as seguintes medidas emergenciais:
O grupo de profissionais também indicou as seguintes ações a serem implementadas depois que as águas baixarem:
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