Em 2023, foram registrados 8.562 casos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s) no Pará. Em 2022, foram 7.688 registros. Esses números incluem HIV, Aids e sífilis. Nos dois anos, o maior número de casos é de sífilis. Foram 3.186 registros em 2022 e 4.106 casos em 2023.
Em fevereiro, mês de carnaval, o número de casos de HIV passou de 319 casos em 2022 para 400 em 2023. O número de registros de Aids passou de 59 em 2022 para 63 em 2023. Já o número de casos de sífilis saltou de 213 em 2022 para 361 em 2023. Os números foram divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
A Sespa destaca que o aumento no número de casos é proporcional ao aumento de testes e diagnósticos realizados na população. “Desta forma, não há um número base que seja usado como referência para dizer se os índices estão altos ou baixos”, informou a Secretaria.
As IST’s apresentam sintomas e características distintas, sendo que, quando há apresentações clínicas, as principais são corrimento, feridas e verrugas. A maioria delas não é notificada conforme lista nacional de doenças e agravos de notificação compulsória. Não podendo saber, assim, para a maioria delas, a prevalência.
SUS oferece, nos postos de saúde, preservativos e testagem rápida
A Sespa também informou que o SUS (Sistema Único de Saúde) oferece, nos postos de saúde, desde preservativos internos/externos até testagem rápida. Além disso, nos Serviços de Atenção Especializada, aos usuários que correm o risco de adquirir HIV através da prática sexual sem métodos preventivos fornece a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP).
Isso garante, ao usuário, uma barreira química contra a ação do vírus do HIV, desde que tomada corretamente. E, para aqueles que já se expuseram em risco pela infecção por HIV dentro do prazo de até 72 horas, disponibiliza a Profilaxia Pós Exposição (PEP) diminuindo consideravelmente a infecção do vírus HIV.
Ao usuário também é garantida a testagem para as principais IST’s nos postos de saúde e nos Centros de Testagem e Aconselhamento. Após o diagnóstico, dependendo da IST encontrada, o seguimento é realizado dentro do próprio posto de saúde ou ocorre o direcionamento para o Serviço de Atenção Especializada, acrescentou a Sespa.
Infectologista alerta para o aumento do número de casos
A infectologista Andrea Beltrão disse que as infecções sexualmente transmissíveis estão em alta no estado e no país, e a sífilis foi a doença que mais aumentou o número de casos. “Por que será que houve esse aumento? Ao meu ver, um dos principais fatores foi a falta do medo de morrer em decorrência da Aids, por exemplo, que hoje já pode ser controlada”, afirmou.
No caso das hepatites, embora cause um quadro hepático crônico (cirrose, câncer), a evolução é lenta, observou. “Falta de uma educação permanente e eficaz a respeito do uso de preservativo; falta de orientação sexual mais efetiva para a população; falta de amor próprio, são fatores antigos que precisam ser trabalhados de forma permanente”, afirmou. “Estamos às vésperas do Carnaval, que é um excelente momento para se divertir. Porém diversão, sem responsabilidade, é igual à confusão”, acrescentou.
Ainda segundo a infectologista Andrea Beltrão, o poder público deveria fazer a parte dele, fornecendo preservativo, com campanhas estimulando o seu uso, além de realizar campanhas educativas alertando as consequências ocasionadas pela falta de responsabilidade. “Assim como existe alerta sobre o álcool (‘se beber, não dirija’), também pode alertar para beber com moderação, sem perder a cabeça”, afirmou.
IST’s em números
HIV – 2022: 3.626 casos / 2023: 3.630 casos
Aids – 2022: 876 casos / 2023: 826 casos
Sífilis – 2022: 3.186 casos /2023: 4.106 casos
Dados detalhados:
HIV – 2022
Janeiro: 267 casos
Fevereiro: 319 casos
Março: 357 casos
HIV – 2023
Janeiro: 368 casos
Fevereiro: 400 casos
Março: 396 casos
Aids – 2022
Janeiro: 66 casos
Fevereiro: 59 casos
Março: 77 casos
Aids – 2023
Janeiro: 64 casos
Fevereiro: 63 casos
Março: 52 casos
Sífilis – 2022
Janeiro: 182 casos
Fevereiro: 213 casos
Março: 265 casos
Sífilis – 2023
Janeiro: 379 casos
Fevereiro: 361 casos
Março: 457 casos
Fonte: Sespa
Por: O liberal