“Quanto mais barato melhor”. Esta é a definição da compra perfeita para Rosana Monteiro, 66, principalmente quando precisa escolher uma farmácia para adquirir medicamentos mais acessíveis. A pedagoga não está sozinha, pois oito em cada dez brasileiros escolhem uma drogaria conforme os preços exibidos nas prateleiras, é o que aponta o Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Corporativa (Ifepec).
Outro estudo, dessa vez da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), revela que a inflação dos medicamentos preocupa cerca de um terço da população, principalmente os idosos, grupo que mais sente os impactos do aumento de preços. Em 2023, registrou-se uma alta de 5,6%, e para este ano, prevê-se um novo acréscimo, embora sem uma margem estimulada pelas entidades farmacêuticas.
Essa alta acontece geralmente em março, quando os preços dos medicamentos sofrem ajustes, e a elevação dos fármacos depende de três variáveis: Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA); melhorias na produtividade das fabricantes de medicamentos e variação nos custos dos insumos; e características de mercado, como determinado pela Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).
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Rosana complementa: “Sabemos que essa informação nunca é agradável para nós, não é mesmo? No meu caso, por exemplo, tenho um custo mensal que gira em torno de R$ 700 a R$ 800, para minha família, de três pessoas. No entanto, tenho conhecidos que gastam mais de R$ 1 mil por mês e enfrentam dificuldades para adquirir outros itens essenciais, como alimentos
e até mesmo lazer”.
“Não tem jeito… a melhor opção para escapar desses aumentos é fazer uma pesquisa minuciosa entre as farmácias da cidade. Além disso, existem opções como as farmácias populares, onde é possível encontrar alguns medicamentos a preços interessantes. No meu caso, que sempre encho uma bandeja de remédios e outros produtos, já tenho os lugares certos para comprar”, conclui a pedagoga.
PESQUISA
Na rotina mensal da consultora de vendas Gheysa Coutinho, 39, esse gasto é sempre preocupante. “Chego a gastar em média R$ 300. Mas como não faço uso de remédios contínuos, então acaba que os meus custos de mês a mês flutuam bastante. Mas de qualquer forma, eu não abro mão de buscar esses produtos em pontos que apresentem preços mais
em conta, claro”, afirma.
Gheysa revela outra estratégia para economizar. “Algumas redes de drogarias oferecem a oportunidade de fazer essa compra on-line, e quase sempre, nesse caso, os produtos estão mais baratos. Dá para solicitar a entrega em casa, sem um custo adicional pelo delivery, ou apenas comprar pelo site ou aplicativo e buscar, quando tiver um tempo mais de folga, no estabelecimento”, completa.
Mas além de uma pesquisa criteriosa, os consumidores têm a oportunidade de obter descontos de até 60% na compra de determinados medicamentos. Para ter direito, é necessário se cadastrar nos programas de apoio à saúde mantidos pelos laboratórios farmacêuticos, apresentando a receita e o número do Conselho Regional de Medicina (CRM) do médico.
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Para mensurar melhor os descontos do programa é preciso entender que, se uma pessoa gasta em torno de R$ 400 por mês com remédios, acaba comprometendo quase 30% do salário mínimo, que nesse ano, passou a valer R$ 1.412. Ao ser contemplada com o desconto, o valor cai para R$ 160, ou seja, R$ 240 de a menos, comprometendo, agora, apenas 11,33% do rendimento mensal.
O eletricista Antônio Santos, 50, admite que não tinha muitos detalhes sobre os programas, mas agora pretende pesquisar mais. “Tenho sentido que alguns medicamentos estão mais caros, outros têm preços razoáveis. Quando a receita sugere o uso de genéricos, acabo optando por essa alternativa. Após essa informação dos descontos, vou explorar como funcionam essas opções”, afirmou.
PROGRAMAS
O DIÁRIO separou uma lista das principais iniciativas de descontos, que podem chegar a 60%, e uma relação de medicamentos gratuitos oferecidos por farmácias e drogarias parceiras do Programa Farmácia Popular do Brasil (PFPB), do Governo Federal. Este programa visa complementar a disponibilização de medicamentos utilizados na
atenção primária à saúde.
O PFPB disponibiliza ainda medicamentos gratuitos para o tratamento de diabetes, asma e hipertensão. A partir de junho de 2024, também incluirá osteoporose e anticoncepcionais. Além disso, disponibiliza de forma subsidiada medicamentos para dislipidemia, rinite, doença de Parkinson, glaucoma e fraldas geriátricas. Nessas situações, o Ministério da Saúde cobre até 90% do valor.