A avenida Nove de Julho e a praça de Maio, em Buenos Aires, estão tomadas de torcedores desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira (20) à espera dos campeões da Copa do Mundo.
O clima é de festa, quase um êxtase coletivo, com cantos de guerra, pulos e gritos em meio a um dia de muito calor.
Com vias bloqueadas para veículos e o transporte funcionando de forma irregular, muitos argentinos estão indo a pé para a avenida, onde os jogadores vão desfilar com a Taça Fifa.
Na praça de Maio, a cada momento chegava uma caravana com centenas de torcedores cantando em coro a música dos argentinos na Copa. Eles vêm com tambores, bandeiras e chapéus, e camisetas azul e branco completam o figurino.
O turismólogo Aníbal Origuela, 42, saiu de San Telmo com o amigo comerciante Geraldo Nunes, 27, para participar do que consideram um momento histórico da vida deles e do país. A caminhada de cerca de 40 minutos não foi nada perto da conquista do Mundial.
Um outro grupo de jovens vindo de La Plata, a cerca de 100 quilômetros de Buenos Aires, também preferiu deixar o carro nas imediações da praça de Maio e continuar a pé. Foi a primeira vez que eles viram a seleção argentina ser campeã do mundo.
“É uma emoção muito forte que vou levar para sempre comigo. Não sei explicar”, disse a estudante Valentina Peralta, 20.
“Participar desta festa é um prazer, uma maneira de devolver o que os jogadores fizeram pelo país. Isso tudo é o mais lindo do que se tem no esporte”, afirmou o estudante Lúcio Baldoni, 20.
Com o país em crise econômica, alguns aproveitam a festa para ganhar dinheiro. E não é só com as habituais cerveja e água geladas ou o churrasquinho.
O vendedor de carros Ivan Lopez, 35, deixou o ofício de lado nesta terça para oferecer fotos com uma réplica da taça Copa do Mundo. Havia até fila para tirar a foto com ele, e as pessoas davam apenas uma contribuição voluntária.
“Eu comprei a taça pela internet e paguei US$ 500. É muito pesada, semelhante à oficial. Temos que aproveitar [a festa] para ganhar dinheiro”, disse Lopez.
Mesmo trabalhando, ele afirmou que estava muito feliz e brincou ao saber que a entrevista era para um jornal brasileiro. “Aqui estamos como a música da Xuxa: ‘Todo mundo está feliz? Tá feliz!'”, disse, cantando e pulando