O Ministério Público Federal do Pará acionou neste sábado (21) a Polícia Federal e a Polícia Civil do estado para tentar evitar um conflito na Terra Indígena Baú após a invasão por garimpeiros para tentar reativar uma área ilegal de garimpo que havia sido fechada. Segundo o Ministério Público, indígenas kayapó flagraram e detiveram os garimpeiros e a situação no local é tensa. Uma aeronave da PF foi requisitada para realização imediata de operação no local. “Há risco grave de conflito”, disse, em nota.
Em vídeo publicado pelo G1, o líder kayapó Mydjere Mekrãgnotire diz que há nove garimpeiros detidos e pede ajuda “para evitar derramamento de sangue”. “Cadê o Ministério Público, cadê a Funai [Fundação Nacional do Índio}, cadê a Polícia federal?”, questiona.
Localizada em Altamira, a 830 quilômetros de Belém, a Terra Indígena Baú foi homologada em 2008. Ocupa uma área de 1,5 milhão de hectares próxima à rodovia BR-163, rota de transporte de cargas que cruza o estado de norte a sul.
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Há duas semanas, operação conjunta do Ministério Público Federal, Polícia Federal, Funai e Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) fechou três garimpos ilegais na Terra Indígena Kayapó, no município vizinho de São Félix do Xingu.
Na operação, foram destruídos maquinários utilizados na extração de ouro, como escavadeiras e motores. “Foram apreendidos documentos e mercúrio, substância altamente poluente e de comercialização controlada”, disse o Ministério Público na ocasião.
“As investigações agora se concentram na identificação dos financiadores da operação ilegal”, afirmou.
Relatório da PF que se tornou público em fevereiro apontou que ouro extraído ilegalmente nos garimpos da terra indígena alimentou a produção de um dos maiores líderes de metais preciosos da Europa, a italiana Chimet, especializada em refinar o minério para a confecção de joias.
Em abril, outra terra indígena no Pará, a Xipaya, sofreu invasão de garimpeiros, com relatos de agressão a moradores. A balsa em que os invasores estavam foi apreendida um dia após a denúncia com cinco adultos e dois adolescentes a bordo.
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