Ainda no salão de desembarque, Pedro Pereira, tio de João Paulo Ferreira, de 19 anos, que estava à procura de emprego, lamentou o fim trágico que o jovem teve ao buscar um novo destino, com o objetivo de buscar uma vida nova. Ele afirmou que a dor e o sentimento de tristeza foram minimizados por ter com quem contar.
“Teve muita gente dando apoio até a equipe do Governo chegar, que também deu apoio pra gente. Quando eles chegaram lá, levaram as pessoas para um lugar melhor, ofereceu hospedagem, alimentação e o traslado ajudando as famílias”, disse. O jovem que estava morando no bairro do Tapanã, em Belém, será sepultado na cidade de Ponta de Pedras, no Marajó, onde parte da família reside.
Após a saída dos paraenses vindos do aeroporto, as urnas foram colocadas em um caminhão do Corpo de Bombeiros Militar e duas viaturas do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves e, em um cortejo formado por viaturas da Polícia Militar e de familiares, foram conduzidos até ao Instituto Médico Legal, para que ocorresse a verificação e os trâmites burocráticos.
“Nós estamos tristes por vários paraenses que perderam a vida. Houve um trabalho integrado com a Polícia Científica do Paraná em que a perícia do Pará só veio a aprender e agregar conhecimento. O trabalho começou lá com todas as identificações cadavéricas, seguida da contagem numeral de todas as urnas”, detalhou o diretor-geral do CPC Renato Chaves, Celso Mascarenhas.
Major Marco Scienza, integrante da equipe do Governo do Pará e representante da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), que esteve trabalhando desde o primeiro dia na ocorrência, afirma que atender a um chamado envolvendo um volume tão grande de pessoas e dar uma pronta resposta aos familiares e à sociedade de forma rápida só foi possível por meio da integração.
“Essa é uma ocorrência muito complexa e incomum, não muito constante. Houve organização das agências do Paraná, como Corpo de Bombeiros, Polícia Rodoviária Federal, Centro de Perícias, por exemplo, para que o andamento inicial das ações fosse realizado e, a partir da cooperação entre as agências, todas as demandas que fossem surgindo foram respondidas quase de imediato com o apoio do estado do Pará, a fim de dar um pouco mais de conforto aos familiares e as vítimas”, afirmou Scienza.
Preparação – A Defesa Civil, juntamente com um papiloscopista da Polícia Civil, também esteve em ação. “A Defesa Civil do Pará tem propriedade para atuar em desastres envolvendo múltiplas vítimas. É mais uma ocorrência que a gente atua interestadualmente graças a operações interagências, justamente para atender as famílias que tiveram seus entes perdidos, vítimas que tiveram alta e também familiares daqueles que tiveram óbitos”, destacou Bruno Freitas, assessor da Defesa Civil Estadual, que também fez parte da comitiva.
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