Tradição entre os paraenses, o consumo de açaí está garantido em meio à pandemia, em Belém. A venda do fruto foi reconhecida como serviço essencial pelo novo decreto municipal, que fechou o comércio em geral e autoriza a abertura apenas de estabelecimentos como supermercados, farmácias e clínicas de saúde. O decreto dedicou um inciso especialmente para orientar o funcionamento de pontos de venda de açaí na capital.
O documento nº 96.190/2020, publicado no Diário Oficial do Município na segunda-feira (27), instrui quais estabelecimentos estão autorizados a funcionar e quais estão proibidos. O objetivo é evitar o fluxo de pessoas nas ruas como forma de prevenção à Covid-19, que se alastra por Belém. A capital é o epicentro da doença no Pará, e concentra 60% das mortes provocadas pelo novo coronavírus. Segundo boletim da Secretaria de Saúde do Pará (Sespa) divulgado nesta terça-feira (28), a capital tem 1344 casos confirmados e 72 mortos por Covid-19. No Pará, são 2319 positivados e 132 óbitos.
No texto, a Prefeitura de Belém garante o funcionamento dos pontos de venda de açaí, que devem atender via delivery e take away, quando o cliente encomenda e só passa no estabelecimento para pegar o produto (Veja acima o trecho do decreto).
Paraenses da gema, João, 81 anos, e Gilvan Capistrano, 51, são pai e filho que mantêm o ritual de tomar açaí todos os dias há décadas.
“Tomo açaí diariamente desde quando eu tinha 1 ano de idade”, diz João. “Lá no meu interior, Abaetetuba, quando não tem leite, dá açaí pro bebê e ele cresce forte”.
Na pandemia, para garantir o açaí, a família tem usado o serviço delivery e tem aprovado. “Mas basta começar o dia que já vem aquela preocupação: vamos ligar logo e encomendar o açaí. Como a procura é grande, tem que sair na frente e garantir”, brinca Gilvan.
Em isolamento social há um mês, João e Gilvan contam que têm levado à risca as orientações: só saem de casa quando muito necessário, sempre usando luvas e máscara. Higienizam as mãos com frequência e usam mais uma “arma” secreta no combate a doenças e à tristeza que a nova rotina em meio à pandemia pode provocar.
“Açaí é comida e é também remédio”, diz João Capistrano.
Ativo, ele segue trabalhando em casa e ouvindo música, além de manter a sagrada hora do açaí. “Trabalho e açaí salvam a gente e garantem vitalidade. Os dois são vida e tiram a tristeza”, diz.
Gilvan brinca que, para ele, o efeito do açaí é o avesso. “Eu tomo açaí e ‘morro’, fico com a sensação de letargia e quero dormir”, conta.
“O mais importante do açaí é a sensação de felicidade que ele nos dá, e só entende isso quem é paraense. Açaí alimenta a alma da gente”.
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