A 6ª Rodada de Licitações de Partilha de Produção marca o fim dos “bônus bilionários” e a chegada ao momento em que os investimentos das petroleiras licitantes passarão a produzir, contratar e arrecadar. A avaliação foi feita hoje (7) pelo diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone, que discursou na abertura do leilão, nesta manhã, no Rio de Janeiro.
“Estamos deixando para trás a era dos bônus bilionários para entrar na fase de produção e arrecadação elevadas”, afirmou o diretor, que prevê um leilão bem sucedido, uma vez que a Petrobras manifestou preferência por três dos cinco blocos ofertados.
O leilão de hoje oferece, na Bacia de Santos, os blocos de Aram, Bumerangue, Cruzeiro do Sul e Sudoeste de Sagitário.Também será leiloado o bloco Norte de Brava, o único da lista que fica no pré-sal da Bacia de Campos.
Oddone avaliou que o ciclo de leilões, iniciado em 2017, permitiu uma grande formação de portf[ólio por petroleiras, o que se deu de forma mais diversificada do que antes, já que a Petrobras passou a concorrer sem ser a operadora única do polígono do pré-sal. Como resultado desse processo, a produção nacional deve aumentar e a participação da Petrobras no total deve cair.
“Isso é exatamente o que se buscava quando começou esse novo ciclo e é extremamente saudável essa diversificação”, disse,
Oddone disse que avaliou que, a partir de agora, as ofertas trarão blocos de maior risco exploratório, ou seja, onde a presença de petróleo em quantidades comerciais é menos garantida. “A fase de construção de portfólio exploratório no pré-sal pelas companhias se aproxima do fim. A maior parte das áreas mais conhecidas, mais prospectadas, já foi oferecida ou já esta sendo oferecida nas próximas rodadas, a 7a e a 8a, ou já foi contratada.”
Segundo a ANP, os leilões realizados desde 2017 vão gerar até R$ 1,5 trilhão em investimentos por parte da indústria do petróleo, o que pode inserir o Brasil entre os cinco maiores produtores da commodity no mundo, com uma produção diária de 7 milhões de barris em 2030. Para tal, 60 novas plataformas devem ser instaladas.
Quando atingir esse pico da produção, a atividade deve gerar uma arrecadação fiscal de R$ 300 bilhões.
O ministro de Minas Energia, Bento Albuquerque, fez uma avaliação do leilão realizado ontem pela ANP para licitar o direito de extrair reservas excedentes dos blocos cedidos à Petrobras no contrato de cessão onerosa. “Foi um grande sucesso, destravou investimentos vultosos e alcançou o maior bônus de assinatura da história das rodadas”, disse o ministro.
Albuquerque afirmou ainda que já foi iniciada a discussão sobre como se dará a licitação dos dois blocos da cessão onerosa, que não foram contratados. “Iniciamos ontem mesmo o processo de análise, de modo que a retomada dos leilões dessas áreas ocorra o mais rápido possível.”
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