Após meses pesando no bolso do paraense, a carne bovina começou a dar um alívio nas feiras e mercados de Belém. De acordo com o último levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA), publicado este mês, o preço médio do quilo (kg) caiu 2,83% entre maio e junho, passando de R$42,46 para R$41,26, em média.
A tendência já começa a ser notada, mas com variações conforme o bairro e o tipo de corte, observada pelo DIÁRIO na manhã desta quarta-feira (16) em açougues no Marco, Pedreira e Cremação. “Eu particularmente sou carnívoro, gosto mesmo de carne vermelha”, contou o fotógrafo Rafael Oliveira, 36 anos. Ele diz que, nos últimos meses, teve que recorrer ao frango e aos cortes suínos para economizar. “Do mês passado para o início desse mês, eu percebi uma alta nas carnes de primeira. Já essa semana senti um pouquinho de queda, principalmente nas bistecas, alcatra e chã”, relatou.
“A gente teve alguns aumentos, mas também alguns cortes baixaram. Não foi tudo. O bife de coxão mole, por exemplo, estava R$39 e passou para R$ 36,99”, informou José Bonfim Rocha, 57 anos, subgerente de um açougue localizado na travessa Mauriti, entre a rua Antônio Everdosa e a avenida Pedro Miranda. Segundo ele, os cortes mais procurados continuam sendo o bife de coxão mole e o picadinho de músculo, este último considerado por muitos como carne de primeira e vendido a R$25,99 o quilo.
O supervisor técnico do Dieese-PA, Everson Costa, explica que o recuo da carne faz parte de uma tendência mais ampla de queda na cesta básica, que, ainda assim, continua cara. “Ainda não traz um alívio suficiente porque a cesta básica recuou em torno de 2,5% na média, mas ela ainda custa mais de 700 reais. Ela ainda compromete mais da metade de um atual salário mínimo”, afirmou.
Everson destacou que, embora a cesta básica tenha apresentado recuo de preço em junho, o acumulado do primeiro semestre ainda apresenta alta de 6,5%, mais que o dobro da inflação do período, na casa de 3%. Além disso, ele aponta riscos que podem reverter a tendência de baixa, como o aumento da energia elétrica – a qual o Pará está operando na bandeira vermelha –, combustíveis e os impactos logísticos que esses custos provocam.
Quer saber mais notícias do Pará? Acesse nosso canal no Whatsapp
“Isso encarece a circulação, a distribuição e a logística de fornecimento e venda de produtos, bens e serviços aqui no Estado. Se tivermos altas no preço dos combustíveis, isso encarece o frete. Então essa relação de preços, ela pode subir. Ela pode sair desse cenário de tendência de queda para alta. Vai depender desse cenário mais a frente”, explicou.
E um novo fator entrou no radar: a taxação anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que pode afetar as exportações brasileiras de carne. “O tarifaço Trump vai impactar com certeza a exportação de diversos produtos, incluindo aqui o Pará, que fornece carne também para os Estados Unidos”, destacou Everson.
Ele também lembra que o cenário pode seguir o mesmo caminho do frango, já que “a gente tinha um cenário de gripe aviária que estava sendo investigada e por pouco mais de 30 dias fez com que o frango brasileiro não fosse exportado. ‘Qual era a expectativa então?’ que o frango ficasse mais barato. Não foi isso o que aconteceu”, comentou sobre a possibilidade, parecida com o que pode acontecer com a carne bovina.
CORTES (kg) Marco Pedreira Cremação
No dia seguinte à operação “Poço de Lobato”, que mirou sonegação fiscal de R$ 26…
Em mais um dia de otimismo no mercado financeiro, a bolsa renovou o recorde histórico,…
O Banco Central (BC) deu um novo passo nesta sexta-feira (28) para restringir o uso…
A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)…
A partir desta segunda-feira (1º), o pagamento da tarifa do Metrô em São Paulo poderá…
This website uses cookies.