Em tempos de comoção mundial após a morte do Papa Francisco, não são apenas os aspectos religiosos e políticos que despertam interesse no processo sucessório do Vaticano. Afinal, não era apenas o temperamento e pensamento progressista do papa que eram famosos, mas também sua paixão pelo futebol.
Fã de Pelé, torcedor declarado do San Lorenzo – sendo talvez um dos responsáveis pelo título da Libertadores do clube argentino, papa Francisco chegou a ter inclusive relação com Remo, Paysandu e Tuna Luso. Com esse histórico unindo espo que surge em meio às especulações sobre o próximo pontífice: se o escolhido for brasileiro, qual time ocupará o lugar de honra em seu coração?
A partir desta quarta-feira (7), 133 cardeais estarão reunidos no conclave que vai eleger o novo papa. Entre eles, sete brasileiros têm direito a voto, enquanto um oitavo, embora impedido de votar por já ter ultrapassado o limite de idade, ainda pode ser eleito. Nenhum dos nomes nacionais aparece como favorito nas análises especializadas, mas a possibilidade desperta o imaginário popular – e, claro, o lado torcedor também entra em campo.
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O Papa Francisco, eleito em 2013, nunca escondeu sua paixão pelo futebol. Torcedor declarado do San Lorenzo, um dos principais clubes da Argentina, ele fez questão de manter viva essa ligação com o esporte durante seus 12 anos à frente da Igreja Católica. A tradição pode muito bem seguir com seu sucessor – e, se depender dos cardeais brasileiros, há espaço para a paixão futebolística no altar mais alto da fé católica.
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O cardeal Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e atual presidente da CNBB, é um exemplo claro dessa conexão com o futebol. Natural de Gaspar, em Santa Catarina, ele é torcedor do Internacional e já foi presenteado com uma camisa do clube durante sua posse em 2013. Sempre que fala da rivalidade Gre-Nal, Dom Jaime prefere o lirismo à provocação direta: “Faço torcida por aquele time que tem como referência uma cor quente. O azul, sabemos a partir da arte, ser cor fria!”.
DOIS SANTISTAS
Já Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo e único gaúcho a participar do conclave, adota uma abordagem menos regional. Nascido em Cerro Largo (RS), ele se divide entre dois times: Athletico-PR e Santos. A ligação com o clube paranaense vem dos muitos anos vividos no estado, enquanto o carinho pelo Peixe reforça a popularidade do time paulista entre o episcopado.
Outro fã do Santos é Dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, que, segundo seus assessores, mantém a fidelidade ao clube mesmo tendo nascido no interior de São Paulo, em São José do Rio Preto.
VEJA OS TIMES PREDERIDOS DOS CARDEAIS BRASILEIROS:
- Dom Jaime Spengler (arcebispo de Porto Alegre): Internacional
- Dom João Braz de Aviz (arcebispo emérito de Brasília): Palmeiras
- Dom Leonardo Ulrich Steiner (arcebispo de Manaus): Criciúma
- Dom Odilo Scherer (arcebispo de São Paulo): Athletico-PR e Santos
- Dom Orani João Tempesta (arcebispo do Rio de Janeiro): Santos
- Dom Paulo Cezar Costa (arcebispo de Brasília): Vasco
- Dom Raymundo Damasceno Assis (arcebispo emérito de Aparecida-SP): Botafogo
- Dom Sergio da Rocha (arcebispo de Salvador): Palmeiras
Apesar de estarem entre os nomes menos cotados para assumir o trono de Pedro, os cardeais brasileiros já conquistaram, pelo menos, a simpatia da torcida – seja ela por fé ou por futebol.
