O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes assinou a ordem de prisão de Braga Neto na última terça-feira (10), mas a prisão ocorreu só agora neste sábado (14), depois que Braga Netto voltou de uma viagem a Alagoas com a família.
Em decisão que determinou a prisão do general Braga Netto, Moraes escreveu que os elementos de prova trazidos pela Polícia Federal (PF) indicaram a existência de “gravíssimos crimes” cometidos pelo general, além de demonstrarem a “extrema periculosidade” dele e dos demais envolvidos na trama da tentativa de golpe de Estado no ano de 2022.
A ordem de prisão assinada por Moraes, também sustentou que os fatos demonstram que os investigados são integrantes de uma organização criminosa, com objetivo de executar atos de violência, com monitoramento de alvos e planejamento de sequestro e, possivelmente, homicídios do então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — o próprio Moraes — e da chapa eleita de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB). A trama golpista visava manter o presidente derrotado Jair Bolsonaro (PL) no poder.
Alexandre de Moraes ainda lembrou que o golpe não se consumou “por circunstâncias alheias às suas vontades, além de [Braga Netto] ter atuado no sentido de obstruir as investigações em curso, por meio de obtenção ilícita de dados de colaboração premiada”, disse.
A partir de informações da delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Braga Netto também teria atuado de forma direta e pessoal no financiamento das ações ilícitas, fornecendo dinheiro em uma sacola de vinho, o que confirma sua atuação nos atos criminosos, segundo o Ministro do STF.
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O ex-ministro e candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022, Braga Neto, foi indiciado pela PF por sua participação em dois núcleos dentro do grupo que teria planejado o golpe. O primeiro, denominado Núcleo Responsável por Incitar Militares a Aderirem ao Golpe de Estado, e o segundo, o Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas. Nesse contexto, o general teria sido responsável por eleger alvos para ataques pessoais contra militares que se opunham ao movimento golpista, além de influenciar e incitar apoio de outros setores.
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