O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), foi reeleito neste domingo (27) para comandar por mais quatro anos a capital do Amazonas, em votação no segundo turno das eleições municipais.
Ele obteve 54,59% dos votos válidos, conforme resultado do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), com 94,85% das urnas apuradas. O deputado federal Capitão Alberto Neto (PL), apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), obteve 45,41% dos votos.
No primeiro turno, Almeida obteve 32,16% dos votos válidos. Neto, 24,94%.
Os dois candidatos são do campo da direita e buscaram se distanciar do governador do Amazonas, o bolsonarista Wilson Lima (União Brasil).
No primeiro turno, o candidato do governador, Roberto Cidade (União Brasil), terminou a disputa em quarto lugar. Ele é deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa.
O candidato do presidente Lula (PT), o ex-deputado federal Marcelo Ramos (PT), ficou apenas em quinto lugar no primeiro turno, com 6,03% dos votos.
O deputado federal Amom Mandel (Cidadania) foi o terceiro mais votado e declarou apoio a Capitão Alberto Neto no segundo turno.
Na disputa pela prefeitura, o atual prefeito tentou se esquivar da polarização nacional e da influência do bolsonarismo na cidade. “Ele não é mais direita que eu”, disse Almeida sobre o adversário, após a conclusão do primeiro turno das eleições.
Na sabatina feita por Folha e UOL, o prefeito já havia apontado a estratégia de negação da polarização como um fator decisivo para a disputa pela prefeitura.
“Bolsonaro e Lula não são candidatos em Manaus. Estamos falando de quem vai cuidar da cidade. Estou buscando tratar a eleição dessa forma, sobre as questões locais. As questões nacionais fiquem para daqui a dois anos”, disse. Em 2022, o prefeito apoiou a reeleição de Bolsonaro, derrotado nas urnas por Lula.
Durante a campanha à reeleição, Almeida teve o apoio de aliados do presidente Lula, como os senadores Eduardo Braga (MDB-AM) e Omar Aziz (PSD-AM).
Almeida é formado em Direito e nasceu em Manaus. Começou na política como candidato a vereador em 2004. Foi eleito deputado estadual por três mandatos consecutivos e, entre 2017 e 2018, presidiu a Assembleia Legislativa do Amazonas.
Em 2017, assumiu o governo interino do Amazonas após o TSE cassar o então governador José Melo de Oliveira e seu vice. Nas eleições de 2018, perdeu disputa ao governo do estado. Em 2020, disputou a prefeitura de Manaus e venceu no segundo turno.
Entre os desafios enfrentados, Manaus sofre com a expansão de favelas e com avanços de moradias por áreas verdes e igarapés. A capital de dois milhões de moradores, a mais populosa da Amazônia, vive uma expansão desordenada, sem planejamento.
Na disputa pela prefeitura, o debate político passou à margem de questões sobre a relação da cidade com a floresta, ocupação de igarapés e áreas verdes, expansão de favelas, déficit habitacional e falta de qualidade de vida nos espaços ocupados.
Os extremos climáticos, por sua vez, vêm se intensificando ao longo dos anos, e os ciclos naturais da amazônia se convertem em um constante desassossego, num lugar onde a ocupação desordenada já impede o mínimo de qualidade de vida.
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