O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), foi reeleito neste domingo (27) para novo mandato no comando da capital do Rio Grande do Sul. Melo derrotou a deputada federal Maria do Rosário (PT).
Com 98,99% das urnas apuradas, Melo obteve 61,55% dos votos válidos, ante 38,45% de Maria do Rosário, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O resultado confirmou a tendência indicada no primeiro turno, quando Melo conquistou 49,72% dos votos.
Com um segundo turno marcado pela indiferença e pela baixa adesão, o prefeito reeleito terá o desafio de liderar a reconstrução da capital gaúcha, que teve um prejuízo estimado em R$ 12,3 bilhões com as enchentes de maio.
A reta final da eleição foi marcada por uma intensificação dos ataques entre as campanhas, com troca de acusações sobre a condução de cada candidato no período das enchentes.
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Rosário disse que Melo foi negacionista científico tanto no período da pandemia quanto na enchente, quando teria ignorado os alertas sobre falhas no sistema de prevenção contra cheias da capital.
O prefeito rebateu afirmando que Porto Alegre foi a cidade que mais vacinou contra a Covid-19 no Brasil, e defendeu seu trabalho durante a tragédia. Ele também questionou uma demora do governo Lula (PT) no envio de recursos para a reconstrução da cidade.
Melo contou com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, que visitou Porto Alegre no fim de julho para confirmar a aliança.
O resultado da eleição garante que um desafeto pessoal de Bolsonaro não assuma uma cidade estratégica para a direita, que busca aumentar sua força no estado nas eleições de 2026.
Entretanto, o ex-presidente não gravou vídeos de apoio nem apareceu em propagandas eleitorais, ou foi citado espontaneamente por Melo em pronunciamentos. Segundo o prefeito reeleito disse após ser questionado em um debate, isso foi intencional por parte da campanha, que priorizou pautas municipais.
A estratégia pode ter ajudado a consolidar uma aliança ampla. A base de Melo inclui apoios que vão do centro a setores da ultradireita. Além do PL, a coligação do emedebista conta com PP, PSD, PRD, Solidariedade, Podemos e Republicanos.
QUEM É SEBASTIÃO MELO
Melo tem 66 anos e é natural de Piracanjuba (GO), vindo para o Rio Grande do Sul quando jovem para trabalhar e estudar. Formado em direito e filiado ao MDB desde 1981, Melo se elegeu vereador pela primeira vez em 2000, em sua quarta tentativa, e foi reeleito em 2004 e 2008. Em 2012, foi eleito vice-prefeito em primeiro turno na chapa de José Fortunati (PDT).
Ele disputou a prefeitura pela primeira vez na eleição de 2016, chegando ao segundo turno, mas foi derrotado por Nelson Marchezan Jr. (PSDB). Na sua segunda tentativa em 2020, foi eleito no segundo turno após vencer Manuela d’Ávila (PCdoB). Marchezan, candidato à reeleição, ficou em terceiro lugar.
Assumindo a prefeitura em 2021, em meio aos desafios da pandemia de Covid-19, Melo recebeu críticas por flexibilizar regras de uso de máscaras e defender o tratamento precoce com cloroquina, azitromicina e ivermectina, sem eficácia comprovada cientificamente.
Melo assumirá a prefeitura com um cenário favorável na Câmara. De um total de 35 parlamentares eleitos, apenas 12 se identificam abertamente como oposição.
A vice-prefeita será Betina Worm (PL), tenente-coronel e médica veterinária do Exército, que deixou a ativa para concorrer e se filiou ao partido no dia da convenção municipal.
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