O atual prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), 77, foi reeleito neste domingo (27) para um período de mais quatro anos à frente da capital mineira.
Fuad é o prefeito mais velho eleito na história de Belo Horizonte. Ele superou nas eleições de segundo turno o deputado estadual Bruno Engler (PL), 27. Com 91,67% das urnas apuradas, Fuad aparece com 53,82% dos votos válidos, contra 46,18% de Engler.
Fuad também conseguiu uma virada, já que no primeiro turno o nome do PL havia largado na frente, com 34,38% contra 26,54% do candidato do PSD.
No segundo turno, porém, Fuad liderou as pesquisas desde a primeira semana. O principal trunfo foi atrair para seu nome a maioria dos votos dos candidatos que saíram derrotados no dia 6, apesar de ter recebido apoio público apenas dos deputados federais Duda Salabert (PDT) e Rogério Correia (PT).
Mesmo contando com o apoio da esquerda, Fuad evitou atos públicos com nomes desse segmento para não afugentar um eleitorado de centro e de direita que votou em Mauro Tramonte (Republicanos) e Gabriel Azevedo (MDB), respectivamente terceiro e quarto colocados no primeiro turno.
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Nas propagandas eleitorais, ele manteve a estratégia de ligar sua imagem às obras em andamento na cidade e reforçar que não tinha padrinho político, em contraste com seu adversário, apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e por nomes da direita no estado.
Ao mesmo tempo, a campanha do prefeito direcionou críticas a Engler por sua atuação como deputado estadual, considerada ausente, e ao enumerar as condenações sofridas pelo rival durante a campanha.
Na última semana da corrida eleitoral, Engler e seus aliados passaram a usar trechos de um livro escrito por Fuad em 2020 para afirmar que o prefeito era o autor de uma obra “pornográfica” e que fazia apologia ao estupro. A Justiça Eleitoral derrubou as veiculações da peça na TV e nas redes sociais.
As acusações contra o prefeito geraram uma série de direitos de resposta. A quantidade de inserções foi tamanha que a propaganda eleitoral, que deveria ter acabado na sexta, foi estendida para o sábado.
De acordo com a campanha de Fuad, o candidato teve direito a 84 minutos de direitos de resposta –considerando inserções em rádio e TV– de sexta até a véspera da eleição.
A Justiça considerou que uma peça veiculada pelo candidato do PL confundia e desinformava o eleitor ao associar ao prefeito um contrato de concessão de transporte público municipal no qual ele não teve participação.
Fuad assumiu a gestão de Belo Horizonte em março de 2022, após o então prefeito Alexandre Kalil (hoje sem partido) ter deixado o cargo para a disputa ao governo de Minas —que ele perderia para Romeu Zema (Novo) em primeiro turno.
No pleito deste ano, Kalil optou por apoiar Tramonte em vez do seu antigo vice e abalou uma relação de amizade que os dois tinham antes da disputa.
Outro desafio enfrentado por Fuad no primeiro turno foi seu desconhecimento junto à maioria da população de Belo Horizonte, que foi revertido após formar uma aliança partidária que o garantiu o segundo maior tempo de rádio e TV entre os candidatos.
Durante a campanha, o prefeito também passou por sessões de quimioterapia contra um linfoma não Hodgkin. Duas semanas antes do segundo turno, ele afirmou em sabatina da Folha e UOL que havia sido liberado pelo médico da sua rotina de tratamento.
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