No primeiro dia das Paralimpíadas de Paris 2024, o Brasil já mostra AS cartas e garante que não está para passeio na capital francesa. Muito pelo contrário, o objetivo é a busca pelas medalhas.
E vieram da natação as primeiras medalhas do Brasil nos jogos. Nesta quinta-feira (29), três atletas do país subiram ao pódio, cada um deles ocupando um degrau diferente.
Gabriel Araújo, o Gabrielzinho, 22, confirmou seu favoritismo e conquistou o ouro nos 100 m costas – S2 (para atletas com deficiência física severa). Foi a quarta medalha paralímpica conquistada pelo mineiro, nascido em Santa Luzia. Em Tóquio, em 2021, ele levou dois ouros (50 m livre S2 e 200 m livre S2) e uma prata (100 m costas S2).
“Foi uma prova difícil, que mexeu comigo. Eu trabalhei muito para isso. A gente fez de tudo para que a medalha de prata virasse ouro”, disse o nadador, satisfeito com a cor da medalha e particularmente empolgado com o próprio desempenho.
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“Eu já estaria feliz com o ouro, mas estou muito feliz porque eu amassei a prova, mandei muito bem. Posso gritar que sou campeão paralímpico dos 100 m costas. Foi uma prova perfeita”, acrescentou Gabrielzinho, que tem focomelia, doença que impede a formação normal de braços e pernas.
Líder do ranking mundial e campeão do mundo, o mineiro era o favorito na prova dos 100 m costas e logo mostrou que confirmaria a expectativa. Na primeira metade da disputa, abriu mais de três segundos sobre os demais e manteve o ritmo até o final –o russo Vladimir Danilenko, que está em Paris com uma bandeira neutra, ficou com a prata, e o chileno Alberto Abarza levou o bronze.
Pouco depois de Gabrielzinho, foi a vez de seu xará Gabriel Bandeira, 24, conquistar a medalha de bronze nos 100 m borboleta – S14 (para atletas com deficiências intelectuais).
Gabriel caiu na piscina para defender o título conquistado nos Jogos de Tóquio-2020, mas foi superado pelo dinamarquês Alexander Hillhouse e pelo britânica William Ellard, respectivamente, primeiro e segundo colocados.
Embora tenha subido ao pódio, o brasileiro não ficou satisfeito com seu resultado.
“Acho que eu não consegui lidar muito bem com um pouco de frustração no começo do ano, com a minha temporada, que estava meio difícil. Eu acredito que eu tenho me sabotado muito na parte mental. Mas é deixar a cabeça erguida para a próxima prova, que ainda tem mais quatro pela frente”, disse, referindo-se às outras disputas que terá em Paris.
O último brasileiro a colocar uma medalha no peito nesta quinta-feira foi justamente o maior medalhista da delegação do Brasil na França, Phelipe Rodrigues, 34. O nadador ganhou a prata na prova dos 50 m livre S10 (para atletas com poucas limitações físico-motora), subindo um degrau em relação ao bronze de Tóquio.
Os australianos Thomas Gallagher e Rowan Crothers ficaram, respectivamente, com o ouro e o bronze em Paris.
“Fiquei bem próximo do ouro, como na Rio-2016, mas a gente, que é atleta de alto rendimento, sabe como é a luta e a briga. Estou feliz para caramba, ganhar medalha em cinco Jogos Paralímpicos é sensacional. Sou um homem realizado”, festejou o pernambucano, que agora tem dez pódios paralímpicos.
O CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) estabeleceu a meta de superar o número de medalhas obtidas em Tóquio, 72 no total.
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