O Brasil ainda se recuperava da morte do piloto Ayrton Senna quando o país estava reunido novamente, mas dessa vez para torcer e vibrar com a Seleção Brasileira, que daria alegria ao país novamente depois de um longo período de 24 anos.
Era uma tarde com sol forte em São Francisco, na Califórnia, quando a Seleção estreava na Copa do Mundo de 1994. O primeiro confronto na caminhada do tetra, diante da Rússia, completa 30 anos, nesta quinta-feira (20).
O Brasil conheceu sua chave em dezembro de 1993 durante sorteio dos grupos, em Las Vegas, nos EUA. Naquela altura, o então treinador Carlos Alberto Parreira gostaria de enfrentar times como Nigéria, Irlanda, Grécia ou Romênia. Para sorte deles, essas equipes caíram em grupos distintos e deram trabalho (deles, a Romênia ficou perto de enfrentar o Brasil na semifinal, mas caiu para a Suécia, após tirar a Argentina do mundial).
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O confronto começou às 13h (horário de Brasília) e ao longo do jogo, a Seleção dominou os russos. Para se ter ideia do domínio, o goleiro Taffarel fez pelo menos duas defesas difíceis, sendo um telespectador privilegiado da partida.
Já do outro lado, o Brasil atacava e depois de insistir abriu o placar com Romário aos 26 minutos, que aproveitou vacilo da zaga, em cobrança de escanteio. No segundo tempo, o meio-campo Raí fechou a conta, em cobrança de pênalti. O placar poderia ter sido maior se não fosse as defesas do goleiro russo.
Curiosamente, o Brasil volta aos EUA para a Copa América e vai estrear na segunda-feira (24), contra a Costa Rica, justamente no dia do segundo jogo naquela Copa, diante de Camarões.
A partida de estreia foi comemorada pelos brasileiros, mas para certa parcela da população de Belém o momento foi de angústia, tudo graças a uma falta de energia elétrica que assolou bairros como o Jurunas deixando todos a ver navios.
“Lembro que a partida valia um trabalho de educação física para a escola. Tínhamos que anotar os melhores lances e fazer uma redação para entregar à professora no outro dia. A turma toda não conseguiu e a tarefa acabou sendo cancelada”, lembra Augusto Santos, que a época fazia a 7ª série primária.
Sem a existência de celular ou internet, as alternativas foram os rádios de pilha ou até mesmo as televisões portáteis que pegavam na bateria de carro, o aparelho pequenino era colocado no volume alto enquanto várias pessoas tentavam ocupar o espaço mais próximo.
Local: Estádio Stanford, em San Francisco (EUA). Público: 81.061 espectadores.
Árbitro: An-Yan Lim Kee Chong (Ilhas Maurício). Assistentes: Mohamed Rharib El Jilali (Marrocos), Domenico Ramicone (Itália).
Cartão Amarelo: Nikiforov, Khlestov, Kuznetsov.
Gols: Romário, aos 27; Raí (pênalti), aos 53.
BRASIL: Taffarel, Jorginho, Ricardo Rocha (Aldair, aos 75), Márcio Santos e Leonardo; Mauro Silva, Dunga (Mazinho, aos 85), Raí e Zinho; Bebeto e Romário. Treinador: Carlos Alberto Gomes Parreira.
RÚSSIA: Kharin, Gorlukovich, Nikoforov, Ternawski e Kuznetsov; Khlestov, Karpin, Piatnitski e Tsymbalar; Radchenko (Borodiuk, aos 77) e Yuran (Salenko, aos 55). Treinador: Pavel Fedorovic Sadyrin.
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