Um ataque aéreo de Israel deixou 45 pessoas mortas em um acampamento de refugiados em Rafah, no sul da faixa de Gaza. Segundo a defesa civil palestina, além do saldo de mortos, o exército israelense deixou pelo menos 65 pessoas feridas no bombardeio.
Segundo o Exército israelense, um de seus aviões “atingiu um complexo do Hamas na cidade, utilizado para operações de terroristas do alto escalão do grupo.”
Em um comunicado divulgado pela Autoridade Palestina, “o massacre perpetrado pelas forças de ocupação israelense desrespeita todas as resoluções internacionais. O país acusa Israel de ter “visado deliberadamente” o campo de Barcasat, administrado pela agência das Nações Unidas para os refugiados palestinos (UNRWA), no noroeste de Rafah.
“Pedimos ao nosso povo na Cisjordânia, em Jerusalém, nos territórios ocupados e no exterior que se revoltem e manifestem sua indignação”, escreveu o movimento islâmico Hamas em um outro comunicado.
“Nos últimos nove dias, tivemos de fugir três vezes para o norte da Faixa de Gaza. As áreas residenciais são as mais visadas e a situação voltou a se agravar. Esta é uma guerra urbana. Somos alvos de disparos e as casas foram pulverizadas. A casa que acabamos de deixar foi destruída logo depois que saímos”, contou um morador ao correspondente da RFI em Jerusalém, Sami Boukhelifa.
Segundo ele, houve “uma enorme explosão” após o bombardeio. Os abrigos improvisados, feitos de lonas plásticas, rapidamente pegaram fogo e sobraram apenas as estruturas de ferro e os corpos carbonizados, descreveu.
“Houve uma grande explosão perto da minha casa. Há muitas mulheres e crianças entre os feridos, crianças também morreram”, confirmou Mohamed, morador de Rafah, à RFI.
“Os corpos foram despedaçados. Há outros decapitados ou com membros amputados pela violência da explosão. Perderam os braços, as pernas, as mãos. Alguns corpos estão irreconhecíveis, não conseguimos identificar as vítimas”, disse.
De acordo com a organização Crescente Vermelho, suas ambulâncias transportaram mortos e feridos no ataque.
A ONG Médicos Sem Fronteiras também confirmou o bombardeio em uma mensagem publicada no Twitter. “Após um ataque aéreo, dezenas de feridos e mais de 15 mortos foram levados para o ponto de estabilização de traumatismos”, onde as vítimas recebem o primeiro atendimento.
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