Renato Portaluppi, técnico do Grêmio, falou sobre o momento de sua equipe em entrevista ao programa ‘Jogo Aberto’, da RBATV/Band, desta segunda-feira (27).
Renato vê seu elenco “muito abaixo” em termos psicológicos. O Grêmio voltará a entrar em campo na próxima quarta (29), contra o The Strongest, pela Copa Libertadores, após quase um mês sem fora de ação devido aos alagamentos no Rio Grande do Sul.
O técnico do Grêmio revelou conversas com António Oliveira, treinador do Corinthians. O time de Renato tem utilizado a estrutura do clube alvinegro para treinar enquanto o CT Presidente Luiz Carvalho, em Porto Alegre, segue sem condições de receber as atividades.
Renato voltou a defender que o Brasileiro deste ano não tenha rebaixados. Segundo o técnico, Grêmio e Inter têm possibilidades de entrarem no Z4 em meio aos problemas de ordem psicológica, pela distância da torcida e por mais fatores. A CBF já vetou a ideia.
“Tem que ter forças. Eu como capitão do barco tenho que sempre levantar o grupo. O grupo até que tem treinado, se esforçado, porque eles são profissionais. Agora, a parte psicológica deles está muito abaixo. Porque eles também têm família em Porto Alegre, têm amigos, a maioria deles tirou a família de lá. Estão com saudade das mulheres, dos filhos”.
“A maior prova da parte psicológica deles é na próxima partida da Libertadores, na próxima quarta-feira, no Couto Pereira. Aí vamos ter a real dimensão do que está na cabeça deles. Porque é uma final para a gente, e convivendo com todos esses problemas, é difícil. Se Deus quiser a gente vai em busca do resultado, é o que interessa, mas sempre com o pensamento no estado do Rio Grande do Sul.”
“Sobre futebol não, a gente conversou sobre várias situações. Quase diariamente. Acho que tem espaço para todo mundo. Ele foi muito bem recebido pelo pessoal do Corinthians. Tive várias conversas muito boas. Não tem que ter rivalidade porque o cara é estrangeiro. Quando entro no clube vou conversar com qualquer treinador tranquilamente, só evitamos um pouco falar de futebol.”
“É difícil o Campeonato Brasileiro parar somente por duas rodadas. Acho que a CBF juntamente com os presidentes, é um pensamento meu, (deveria definir que) esse ano não cai ninguém. Subir os quatro e não cair ninguém. ‘Ano que vem vai ter mais jogos’, eles que deem um jeito. Eles precisam se colocar no lugar dos clubes gaúchos. São três na Série A. E o sofrimento do nosso povo. A dupla Gre-Nal vai jogar quanto tempo fora de Porto Alegre, longe da nossa torcida? Como essa conta pode chegar ali na frente? A dupla Gre-Nal tem grandes chances de cair na zona de rebaixamento. E aí? A parte psicológica dos jogadores, todos os problemas? Por isso falei bastante com o presidente (Alberto) Guerra, pedi para trocar bastante ideia com os presidentes e a CBF, porque somente nós que estamos aqui sabemos das dificuldades que estamos vivendo e que vamos enfrentar a cada vez que entrarmos em campo.”
“Gre-Nal é sempre Gre-Nal, mas acho que dessa vez vai ser diferente, terá uma cordialidade muito grande. O que o lado do Grêmio está sofrendo, o lado do Internacional também está. Nem sabemos onde vai ser esse Gre-Nal. Tem grandes chances de ser no Maracanã. Ele (Guerra) tem conversado bastante com o presidente do Internacional (Alessandro Barcellos), vão tentar deixar alguma coisa marcada para o segundo Gre-Nal, porque até lá provavelmente o Beira-Rio vai estar aberto. Mas o que for combinado agora, os dois Gre-Nais podem ser fora do RS. Até porque ninguém teria essa vantagem (de jogar em casa).”
“É, por outro lado, (um momento) especial. Porque estamos vestindo apenas uma camisa, apenas uma cor, em benefício do nosso estado, que está passando por um problemão. Mas eu tenho certeza que nós, como gaúchos, temos muita força, e tenho certeza que vamos reconstruir nosso estado e sair dessa.”
“Fui dormir 23h30, meia-noite, tranquilo em relação à água. E de repente às 07h o gerente do hotel estava me acordando, batendo na porta, pedindo ajuda a quem pudesse ajudar a retirar os hóspedes do hotel. Falei ‘A água nem vai chegar aqui’ e ele me disse para abrir a janela. Já tinha 2m de água. Em 7, 8 horas, uma coisa muito triste.”
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