A arrecadação de impostos no Pará, entre 1º de janeiro e 13 de fevereiro de 2024, chegou a R$7,5 bilhões, de acordo com dados do Impostômetro consultados nesta terça-feira. Em relação ao mesmo período do ano passado, o aumento foi de 17%. O cálculo é feito pela Associação Comercial de São Paulo, e mostra que o salto na arrecadação de tributos aqui no estado foi equivalente à média nacional: de R$422 bi (em 2023) para R$493,8 bi (em 2024), o valor aumentou 17%.
Na comparação com 2022, o valor recolhido em impostos no Pará cresceu 25% em dois anos; praticamente a mesma média nacional, que ficou em 24% no mesmo biênio. O Impostômetro contabiliza os valores arrecadados pelas esferas municipais, estaduais e federal, considerando as seguintes modalidades de tributos: impostos, taxas e contribuições, incluindo multas, juros e correção monetária.
Quando se analisa o cenário na capital paraense, o aumento na arrecadação foi de 16% entre 2023 e 2024, e de 23% desde 2022. Em menos de dois meses deste ano, os belenenses já pagaram R$169 milhões em impostos.
O empresário Evandro Flexa, lembra que apesar de haver o que ele classifica como uma “ligeira melhora no aporte de investimentos”, o setor estava apreensivo com a transição de governo. “No ano passado, com o início da atual gestão federal, muitos empresários declinaram de seus projetos de investimentos para aguardar como a economia se comportaria ante a mudança de governo. Este sentimento de desconfiança ainda é grande no mercado, mas já existem alguns movimentos em torno da retomada de projetos”, explica. Para Flexa a atual carga tributária do país ainda precisa avançar, cita como obstáculo a “indiscutível burocracia vivenciada pelo empresariado brasileiro”, segundo ele “ainda é preciso considerar que gerar emprego e renda para o País implica enorme e confusa tributação sobre quem justamente movimenta a economia”.
Segundo a consultora empresarial Elaine Cardoso, o aumento de 17% na arrecadação pode ser reflexo da de fatores como “o crescimento econômico, a eficiência na fiscalização e arrecadação, ou até mesmo mudanças na legislação tributária”. A especialista em finanças lembra que o país possui uma das cargas tributárias mais altas do mundo e demonstra preocupação com os efeitos da complexidade do sistema tributário brasileiro. “O que mais me preocupa é a quantidade de empresas que trabalham na informalidade, quanto mais impostos mais esta desigualdade aumenta, umas empresas com carga tributária muito elevada concorrendo com outras informais e no final quem paga a conta é o consumidor final”, explica.
A especialista presta consultoria financeira a empresas e ressalta sobre a reforma tributária que “os impactos dessa reforma nos números da arrecadação podem variar dependendo das medidas que forem adotadas e das políticas implementadas”. Para ela, É necessário acompanhar de perto as mudanças e avaliar seus efeitos na economia e nas Finanças, porém, serão 10 anos para serem implementadas e sinceramente, muitas mudanças ocorrerão durante esta implantação”, pontua. Cardoso ainda faz uma projeção de que “quando se trata deste assunto, o empresariado precisará dominar muito… para poder desenhar de forma adequada suas estratégias e reformular seus negócios para terem excelentes resultados”.
Aquecimento
A consultora financeira destaca que apesar da tributação elevada impactar no faturamento das empresas, existe uma movimentação positiva para a economia paraense. A especialista aponta a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30) em Belém como um impulsionador da economia local devido aos projetos e a movimentação de empresas estrangeiras em torno do evento. “Hoje nós estamos com uma economia aquecida. A COP 30 já está tendo um impacto e ela vai trazer aí muitas, mas muitas oportunidades para o Estado”, afirma.
Arrecadação de impostos no Brasil (01/01 a 13/02)
2022 – 398 bilhões
2023 – 422 bi
2024 – 493,8 bi
Arrecadação de impostos no Pará (01/01 a 13/02)
2022 – 6 bilhões
2023 – 6,4 bi
2024 – 7,5 bi
Arrecadação de impostos em Belém (01/01 a 13/02)
2022 – 137 milhões
2023 – 145 mi
2024 – 169 mi
Por: O liberal