Muitas partidas de futebol podem ser vistas como um jogo de xadrez, envolvendo estratégia e tática, onde o objetivo é dar xeque-mate ao rei do oponente e vencer a partida. Sendo assim, podemos considerá-la um duelo também de mentes.
A jogada que revira um jogo de xadrez, colocando geralmente o jogador em uma posição vantajosa ou até mesmo garantindo a vitória, é conhecida como “golpe decisivo” e geralmente ela vem acompanhada da famosa “jogada de mestre”.
Essa jogada pode mudar o rumo do jogo, colocando o jogador em uma posição vantajosa e surpreendendo o adversário com uma demonstração de sagacidade. Foi exatamente isso que Mathaus Sodré, técnico do Águia de Marabá, fez diante do Coritiba.
Na ocasião, o Azulão venceu o Coxa por 3 a 2 de virada pela Copa do Brasil e se classificou para a segunda fase. O detalhe é que a reviravolta começou aos 26 minutos do primeiro tempo, quando Mathaus tira o zagueiro Cassius e coloca o centroavante Iury Tanque.
“Essa mudança foi fundamental. Uma atitude rápida. Não há um manual que você precisa esperar o intervalo para mexer. Se você tem jogadores com tais características, que você conhece, que possuem um entendimento, uma leitura rápida dentro de campo, pois às vezes não temos como comunicar, facilita”, destacou em conversa exclusiva com o DOL.
O Águia começou a partida com os zagueiros David Cruz, Cassius e Betão, mas sofreu o primeiro gol logo aos oito minutos de jogo. Pelo regulamento da Copa do Brasil, por ser melhor ranqueado, o Coritiba jogava fora de casa, porém com a vantagem do empate por ser jogo único.
Sabendo disso e que o tempo é precioso, Mathaus conta que, ao olhar para Gerson Sodré, pai e auxiliar técnico, não teve dúvidas do que era preciso ser feito para reverter aquela situação. A leitura foi minuciosa e dois minutos após a substituição veio o empate.
“Quando vimos que o Coritiba não tinha o homem de referência e nem um dos nossos zagueiros tinha característica de virar um volante, além de tomarmos um gol muito cedo, mudamos. Eu costumo dizer que não tenho só o melhor pai do mundo, mas o melhor auxiliar também. Eu olhei para ele e sentimos. Tínhamos um centroavante à disposição e prontamente mudamos a equipe, não para ficar mais ofensiva, mas ter outras características”, ressaltou.
“Tivemos sucesso e viramos a partida rapidamente. Soubemos jogar o jogo. Procuramos fazer as substituições em cima do adversário e não porque o jogador está mal. Olhamos muito para essa parte tática. Ontem, fomos felizes. A entrada do Di Maria também foi fundamental, pois aumentamos a estatura e fechamos o lado esquerdo. O Braga estava de atacante, mas também faz a beirada. Essas características dos nossos jogadores facilitam para fazermos esses movimentos”, concluiu.
Em resumo, a estratégia de Mathaus Sodré diante do Coritiba reflete não apenas uma compreensão profunda do jogo, mas também uma capacidade de adaptação e inovação essenciais para o sucesso no futebol de alto nível.
DOL
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