O Ministério de Minas e Energia (MME) publicou neste mês uma resolução que torna mais rígidas as regras para eficiência energética de refrigeradores e congeladores domésticos. Porém, o setor, que critica a medida, diz que a mudança fará com que as geladeiras mais baratas do mercado custem R$ 5 mil.
O normativo do governo define duas etapas para a transição: uma entre 2024 e 2025, e outra de 2026 a 2027. A ideia da pasta é de que, com novos parâmetros, os produtos disponíveis nas lojas em 2028 sejam, em média, 17% mais eficientes que os atuais.
A Associação Nacional dos Fabricantes Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) vem defendendo que ao fim da segunda etapa 83% das geladeiras que são comercializadas hoje estarão fora do mercado. Assim, ainda segundo o setor, as geladeiras mais baratas vão custar entre quatro e seis salários mínimos — ou seja, valores entre R$ 5.280 e R$ 7.920: “O governo diz que a medida vai trazer redução de bilhões de reais no consumo de energia. Isso é um equívoco, pois este resultado só será atingido se as pessoas conseguirem trocar seus produtos, e com este preço não será possível”, afirmou Jorge Nascimento, presidente executivo da Eletros.
O MME estima que, com a mudança na legislação, cerca de 5,7 milhões de toneladas de gás carbônico deixariam de ser emitidas até 2030. No mesmo período, a economia de energia elétrica seria equivalente ao consumo residencial anual de toda região Norte ou do estado de Minas Gerais.
Segundo o governo, a medida gera obrigações apenas para os fabricantes, importadores e comercializadores dos equipamentos, que, segundo as datas limite definidas, não poderão mais fabricar ou comercializar equipamentos que não atendam aos índices de eficiência energética: “Os brasileiros que têm refrigeradores e congeladores em casa em ótimo estado de funcionamento não precisam comprar um novo para estar de acordo com a resolução publicada”, indica.
Nascimento diz que a associação é contrária à medida, mas favorável ao avanço rumo à eficiência energética. “A indústria de eletrodomésticos entrega ano a ano produtos mais eficientes. Temos frentes de trabalho em que estamos sempre buscando esta avanço”, indica.
Renato Alves, Diretor da Eletros, diz que essa medida ainda resultará em desinvestimentos e perda de centenas de postos de trabalho. O ministro do MME, Alexandre Silveira, diz que o movimento vai “trazer o desenvolvimento tecnológico e a criação de empregos para o país”.
Por: Roma News
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