A repercussão de casos de morte causados por febre maculosa tem gerado inúmeras dúvidas a respeito desta doença como o fator de transmissão da doença e qual é a diferença entre a febre maculosa e a febre normal.
A febre maculosa é uma doença infecciosa causada por duas espécies de bactérias do gênero Rickettsia. Desde 2020, a doença tem notificação compulsória às autoridades de saúde no Brasil.
A infecção é transmitida pela picada do carrapato da espécie Amblyomma cajennense, popularmente conhecido como carrapato-estrela. Esse parasita costuma ter como hospedeiros cavalos, bois e capivaras.
Ele também pode ser encontrado em cães, porém a espécie de carrapato mais comum nesses animais é o carrapato-vermelho-do-cão, que não transmite a febre maculosa.
A médica Elba Lemos, pesquisadora do Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), explica que a febre maculosa começa com um quadro parecido com o de gripe, com muita dor de cabeça e febre.
Em seguida, há progressão para manchas no corpo, parecidas com as de sarampo e rubéola. Mas uma característica importante da doença é que essas manchas aparecem nas extremidades, como palma das mãos e sola dos pés. Outros sintomas incluem:
- Tonteira;
- Cansaço;
- Náuseas;
- Vômitos;
- Falta de apetite;
- Diarreia;
- Dor abdominal;
- Dor muscular constante;
- Inchaço;
- Gangrena (morte de um tecido) nos dedos e orelhas;
- Pneumonia
A febre maculosa é uma doença grave com alta letalidade. Proporcionalmente, a febre maculosa mata muito mais do que dengue. De cada 100 pessoas com dengue, 2 a 3 vão evoluir para o óbito. Na febre maculosa a letalidade pode chegar a 40% e até 60% porque não foi feito o diagnóstico e tratamento precoce.
O diagnóstico da doença é um dos grandes desafios, pois ele é fundamentalmente clínico e os sintomas da febre maculosa são semelhantes ao de outras doenças mais frequentes, como dengue, leptospirose e malária. No entanto, esse é um passo fundamental para o início do tratamento.
Por: Roma News