Um farmacêutico foi preso, nesta sexta-feira (16), por venda de atestados médicos fraudulentos desde 2020. Além do documento médico, o profissional também fazia a liberação de medicamentos controlados sem receita. O suspeito operava em uma farmácia de Brasília.
Os investigadores conseguiram provar a negociação com clientes por meio do WhatsApp. O preço do atestado médico falso variava de acordo com o tempo de ausência solicitado. O documento para um um dia custava R$ 50, enquanto o atestado de dois dias custava R$ 70 e a licença médica para três dias chegava a R$ 90.
Ao discutir os detalhes pelo WhatsApp, o suspeito preenchia o atestado com a suposta data e hora da consulta médica, bem como o código da Classificação Internacional de Doenças (CID) fornecido pelo cliente. Nos casos em que o comprador tivesse dúvidas sobre a doença, o farmacêutico repassava sugestões e as sintomáticas. Ele também garantiu a autenticidade dos atestados, alegando que eles poderiam ser facilmente verificados.
Segundo as investigações, foram constados a venda de ao menos 273 atestados falsos nos últimos três anos. Um morador do local, também alvo da polícia, confeccionou carimbos idênticos aos usados por médicos que assinavam receitas genuínas na farmácia.
A polícia descobriu o esquema de fraude dos atestados quando um médico recebeu uma receita de medicamento controlado na Unidade Básica de Saúde (UBS), com o seu carimbo idêntico e assinatura falsificada.
Outras pessoas também foram presas por participação no esquema. Os policiais encontraram desenhos de carimbos pré-fabricados com os nomes e números do CRM de 11 médicos do Distrito Federal. Na residência do suspeito, os policiais encontraram receituários em branco e atestados médicos. A investigação revelou que nenhum dos médicos cujos selos foram copiados tinha conhecimento das falsificações.
As empresas que receberam esses documentos também serão notificadas, pois a falsificação de atestados médicos constitui infração contratual grave e pode ser motivo de rescisão por justa causa dos empregados envolvidos.
Por: O liberal
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