“Estão querendo me matar do coração”, diz Alcione. No início do ano, a cantora de 75 anos soube que seria tema do enredo da Estação Primeira de Mangueira. Agora, ela é a homenageada da 30ª edição do Prêmio da Música Brasileira. A entrega das premiações está marcada para o dia 31 de maio no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, mas as homenagens vão além de uma única noite.
Na última quarta-feira, o prêmio organizou um jantar ao redor de Alcione no Hotel Fasano, na zona sul carioca. Artistas de diferentes linguagens e gerações, como Gilberto Gil, Fernanda Montenegro, Zé Ibarra e Luedji Luna, prestigiaram a noite, em que a cantora participou de um sarau com Diogo Nogueira e Pedro Sampaio. “O samba não é fácil, não”, ela diz. “Cantar samba é algo complexo, com toda a divisão rítmica que nós brasileiros fazemos, a música para nós não é aquilo que se lê.”
Neste ano, o prêmio teve a adesão recorde de quase 10 mil inscrições. À frente do projeto desde 1987, José Maurício Machline ganha agora a parceria da empresária Heloisa Guarita, que tem planos de fomentar a produção musical ao longo do ano.
A organização do evento pretende viajar o país para entender quem são os artistas indicados e as diferentes expressões musicais de cada região. “Houve uma mudança radical de mídia e a diminuição do custo de produção, isso democratizou a forma de fazer música de um modo muito impactante”, afirma Machline.
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Depois de um interlúdio de três anos, os indicados do prêmio representam 18 estados do país em 31 categorias. Acompanhando as transformações da sociedade, o prêmio excluiu a categoria de melhor cantor ou cantora, substituindo o termo por “intérprete”, abrangendo assim artistas não-binários. As categorias pop, rock, reggae e hip hop foram unificadas em duas categorias -pop/rock e música urbana-, e melhor DVD passa a se chamar melhor produto audiovisual.
Apresentada por Felipe Neto e Lázaro Ramos, a noite de premiação terá o curioso dueto de Maria Bethânia e Gloria Groove. Marina Sena cantará ao lado de Luedji Luna e a nova geração da música brasileira será representada pelo trio Tim Bernardes, Zé Ibarra e Fran. Alcione vai cantar cinco músicas, incluindo o clássico “A Loba”, de matizes autobiográficas. “A loba é essa mulher que quer estar na dela, que gosta de proteger sua família, a loba é uma mulher comum”, afirma Alcione.
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