A série The Last of Us foi finalizada no último domingo (12), com o último episódio que mostrou a conclusão da saga de Joel e Ellie, personagens que passaram por uma longa jornada em um mundo pós-apocalíptico dominado por um fungo chamado Cordyceps.
Um fato curioso sobre a série é que o fungo Cordyceps existe na vida real e age de maneira predatória sobre os insetos. O fungo infecta esses animais e torna-os espécies de “insetos zumbis”, que ficam sob o comando do Cordyceps, trabalhando pela reprodução de novos fungos.
Diante de um fungo que existe de verdade fica a dúvida: É possível que uma pandemia de Cordyceps aconteça na vida real?
Segundo o cientista de dados e epidemiologista Mauro Cardoso, da Healthtech 3778, as mudanças climáticas e o desmatamento podem facilitar o aparecimento de doenças novas. Para ele, o “aquecimento global pode tanto desfavorecer uma espécie, criando dificuldades para sua sobrevivência, quanto favorecê-la. Em geral, se uma espécie se encontra em um cenário favorável de multiplicação, as mutações são mais comuns e o risco de variantes mais virulentas (capazes de provocar doenças e mortes) aumenta”.
O Dr. Mauro também acredita que as novas doenças são, geralmente, versões adaptadas ao humano de doenças já conhecidas em outros animais. Exemplos recentes são o Ebola e a varíola dos Macacos.
Tanto na série da HBO quanto no jogo, a principal teoria é a de que o Cordyceps se desenvolveu em alimentos básicos muito consumidos pelos humanos, o que, juntamente com a facilidade de deslocamento que temos atualmente, deixou a contaminação global ainda mais eficaz. Por diversos motivos, a farinha virou um ambiente em que o fungo se proliferou – o que também pode ocorrer na realidade, ainda que com outra espécie.
“Saúde e doença não são processos exclusivamente individuais. A humanidade é parte de uma rede ecológica e os desequilíbrios ambientais afetam a transmissão de doenças, principalmente as infecciosas, criando padrões de ondas chamadas epidêmicas. Do mesmo jeito que uma enfermidade é uma moléstia individual, uma epidemia é um mal coletivo”, finaliza o epidemiologista da 3778.
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