Pente-fino no CadÚnico pode excluir até 2 milhões de pessoas do Auxílio Brasil, diz Tebet

A revisão no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), de acordo com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, será realizada para “garantir a justiça social”. Esse mecanismo serve como referência para identificar famílias elegíveis para receber benefícios sociais, como o Auxílio Brasil.

“Ninguém vai fazer economia com o Bolsa Família. Ao contrário, pente-fino é para garantir justiça social tirando de quem não precisa. E quem está de forma irregular recebendo. Essa é uma tarefa agora do ministro Wellington Dias (Desenvolvimento Social). Nosso papel é dar todo o suporte orçamentário na avaliação da nova política”, disse, em entrevista ao Poder360.

Tebet ratificou que a decisão de fazer um pente-fino no CadÚnico para detectar possíveis irregularidades se deu ainda no governo de transição. Segundo ela, o plano de estruturação foi estimado em 2 meses.

 “Vamos ter 2 meses para estruturar, vai haver o bloqueio, o dinheiro vai ser depositado e a pessoa tem que ir lá para poder levantar o dinheiro”, disse.

“Há uma dúvida de quantas pessoas estariam ganhando Auxílio sem se enquadrar nas regras. Pessoas que não estão passando fome, que não dependem do dinheiro para comprar comida. Isso é ilegal. Isso faz com que você gaste dinheiro de um lado com quem não precisa, enquanto há 33 milhões de brasileiros passando fome”, acrescentou.

Número de pessoas que não deveriam receber é incerto

De acordo com Simone Tebet, a revisão do Cadastro Único para Programas Sociais é uma obrigação legal, constitucional e foi determinada pelo Tribunal de Contas da União. A ministra mencionou também que há incerteza sobre o número de pessoas que estão recebendo de forma irregular. “Não estamos sabendo se são 1,5 milhão ou 2 milhões de pessoas”. Embora não tenha mencionado diretamente o governo de Jair Bolsonaro, ela afirmou que o CadÚnico foi “destruído”.

“As condicionantes – filho na escola, vacinação e deixar assistente social avaliar casos de pedofilia, de violência contra a mulher – isso tudo saiu do mapa. É determinação do governo que elas voltem. Falo na posição de quem estava no governo de transição, não como ministra do Planejamento”, concluiu.

Por: Poder360.

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