Medindo as mudanças no campo magnético da Terra, arqueólogos dataram e confirmaram batalhas citadas no segundo livro de Reis, do Antigo Testamento da Bíblia. A pesquisa foi registrada na última segunda-feira (24), no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences.
O estudo datou 21 camadas de destruição em 17 sítios arqueológicos em Israel, reconstruindo a direção e/ou intensidade do campo magnético registrado em restos queimados. Os novos dados confirmam relatos bíblicos das campanhas militares egípcias, arameias, assírias e babilônicas contra os reinos de Israel e Judá.
Agora, os geofísicos tentam entender o mecanismo do campo magnético terrestre utilizando achados arqueológicos contendo minerais magnéticos aquecidos ou queimados no passado e que trazem pistas de como era o magnetismo no momento de incêndios em guerras.
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Cientistas reconstruíram o campo magnético como era no dia 9 do mês hebraico de Av no ano de 586 a.C. — a data hebraica da destruição do Primeiro Templo e da cidade de Jerusalém por Nabucodonosor e seu exército babilônico.
Os novos dados indicaram que o exército de Hazael, rei de Arã-Damasco, foi responsável pela destruição de várias cidades, entre elas: Tel Rehov, Tel Zayit e Horvat Tevet, além de Gate dos Filisteus, cuja devastação é relatada na Bíblia hebraica.
Vários métodos de datação estimaram o evento que destruiu Gate dos Filisteus tendo ocorrido por volta de 830 a.C., mas não conseguiram verificar se Hazael também foi responsável pela destruição de Tel Rehov, Tel Zayit e Horvat Tevet.
O novo estudo não só revela a destruição dessas três últimas cidades, mas também refuta a teoria predominante de que o governante foi o conquistador que destruiu Tel Beth-Shean. Os dados magnéticos indicam que essa cidade, juntamente com outros dois locais em Israel, provavelmente sucumbiram entre 70 e 100 anos antes, data que corresponde à campanha militar do faraó egípcio Shoshenq, descrita na Bíblia .
Uma das descobertas mais interessantes foi que as cidades do Neguev foram destruídas pelos edomitas, que se aproveitaram da destruição de Jerusalém e do Reino de Judá pelos babilônios.
“Várias décadas após terem destruído Jerusalém e o Primeiro Templo, locais no Neguev que sobreviveram à campanha da Babilônia foram destruídos — provavelmente pelos edomitas que se aproveitaram da queda de Jerusalém”, afirma Erez Ben Yosef, supervisor da pesquisa, em comunicado. Segundo ele, essa traição nas cidades sobreviventes pode explicar por que a Bíblica hebraica expressa tanto ódio pelos edomitas.
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