Em 18 de janeiro deste ano, Arlene Giugni da Silva foi morta a facadas no edifício Villa Dei Fiori, localizado na travessa Dr. Moraes, no bairro Batista Campos, onde morava com os filhos. Na época, o irmão de Juliana Giugni Cavalcante Soriano de Mello, o advogado Leonardo Felipe Giugni Bahia, chegou a assumir a autoria do crime sozinho, mas posteriormente, a irmã dele, Juliana Giugni, foi acusada de ser a autora do homicídio, sendo presa após se entregar na Justiça.
O caso, entretanto, ganha uma nova reviravolta. A desembargadora Maria de Nazaré Silva Gouveia dos Santos concedeu habeas corpus em favor de Juliana, que deixou a prisão na última sexta-feira (21). Com a decisão, a prisão preventiva contra Juliana foi revertida para medidas cautelares diversas.
Nesta semana, o advogado criminalista Rodrigo Godinho, que defende Juliana Giugni, deu uma entrevista exclusiva ao DOL em que disse que o promotor de Justiça, Franklin Lobato, tem omitido informações para imprensa e nas peças processuais apresentadas pelo Ministério Público.
BOLETIM DE OCORRÊNCIA
Um boletim de ocorrência relatando supostas ameaças feitas pela então namorada de Leonardo na época, no dia 24 de agosto, deu um novo rumo às investigações. Segundo o BO, a mulher narra que o réu teria lhe falado que Juliana Giugni o obrigou a confessar o crime, pois senão ela iria lhe tirar o bem mais precioso, que seria a filha. O que serviu, de acordo com a defesa, como base para o pedido de prisão preventiva de Juliana.
“Outro fato relevante e que também é omitido reiteradamente nas declarações do Ministério Público é o fato de ter sido encontrado um amolador de faca na mesa de cabeceira do quarto de Leonardo com foto confirmando isso no Laudo pericial de local de crime, demonstrando a premeditação do crime. No banheiro de Leonardo fora encontrado sangue na pia, na bancada, na toalha de rosto amarela e um papel ensanguentado, sendo que a perícia revelou que sangue encontrado no local e nos objetos tratava-se de sangue das duas vítimas, comprovando que o réu confesso tentou apagar vestígios de seu corpo higienizando-se.”, disse o advogado, Rodrigo Godinho.
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A defesa de Juliana Giugni Cavalcante Soriano de Mello, que foi presa na última sexta-feira (14), após se entregar à Polícia, salienta que nas provas periciais juntadas no processo, oriundas de sete laudos técnicos confeccionados pela Polícia Científica do Estado do Pará, que segundo o advogado “estranhamente o Ministério Público vem omitindo em suas declarações, mesmo estando no processo, e constataram que a autor do crime agiu do mesmo modus operandi com ambas as vítimas (Arlene e Juliana), sendo Leonardo Bahia o acusado de feminicídio e tentativa de feminicídio.”
Outra filha de Arlene, Lorena Cavalcante Giugni, também falou com exclusividade com a reportagem e disse que acredita na inocência da irmã Juliana e tem a convicção de que o crime foi premeditado e cometido apenas por uma pessoa.
“Tenho sim total convicção baseada na conclusão pericial que minha irmã é tão vítima quanto minha mãe, Juliana sofreu uma tentativa de homicídio, é inocente, e conseguiu por um milagre de Deus fugir viva. Leonardo é o único autor do assassinato brutal da nossa mãe… E mais: ele confessou!!! Deixou bilhete escrito já periciado e confirmado que é a letra dele”, informou Lorena.
O caso segue sob investigação da Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Pará.
NOTA
Sobre as declarações do advogado, que cita e acusa o promotor de justiça de omissão, o DOL solicitou nota ao Ministério Público do Pará que respondeu:
“A 4ª Promotoria de Justiça de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher não irá se manifestar no momento, pois já apresentou seu posicionamento por meio das peças judiciais já oferecidas perante a Justiça. O MPPA aguarda o agendamento da reconstituição”.
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