O governador do Pará, Helder Barbalho, participou do painel “O Brasil pode ser um líder climático global novamente? O papel da Amazônia nas emissões líquidas zero do Brasil”, promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU), na tarde desta terça-feira (15), durante a 27ª edição da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 27).
O evento, que está sendo realizado na cidade de Sharm El Sheikh, no Egito, discute a implantação de ações concretas para mudar o futuro do planeta no que diz respeito às mudanças climáticas.
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Segundo os dados apresentados pela ONU revelam que o Brasil é o 6º maior emissor de CO2 e a Amazônia é responsável por metade das áreas florestais desmatadas no mundo. Além disso, o Pará é o estado que mais emite Gases Efeito Estufa (GEE).
Por essa razão, o painel realizado nesta terça apresentou diversas sugestões para o combate ao desmatamento e a promoção do desenvolvimento sustentável no País. Em comum, os palestrantes disseram ser urgente uma ação para a reinserção do Brasil na geopolítica climática global.
Além de Helder Barbalho, que participou do painel na condição de governador do Pará e representante do Consórcio de Governadores da Amazônia Legal, também participaram como painelistas Andreas Dahl Jørgensen, diretor do NICFI (Norway’s International Climate & Forest Initiative); Ane Alencar, diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam); Marina Ferro, gerente Executiva do Instituto Ethos, e Renata Piazzon, diretora do Instituto Arapyaú e representante da Concertação Amazônia.
NOVO MOMENTO POLÍTICO
Em sua fala, Helder destacou que o mundo pode esperar um novo momento político e institucional com a eleição de Luís Inácio Lula da Silva (PT) como presidente da República. Segundo o gavernador paraense, a partir desse momento o Brasil apresentará oportunidade singular, consorciando força e boa experiência dos Estados subnacionais, somadas aos esforços que a sociedade civil vem exercendo na agenda do clima, para unir-se ao Governo Federal na construção de uma política coletiva, na qual todos possam efetivamente alçar o Brasil ao protagonismo da agenda climática mundial.
“Nos últimos quatro anos, o Consórcio de Governadores da Amazônia Legal experimentou um papel fundamental de construção do diálogo com países, instituições públicas e privadas, que permitiu com que o Brasil não estivesse no isolamento climático, tendo o Consórcio sido um protagonista do diálogo da região Amazônica Brasileira com a agenda climática global”, enfatizou Helder.
De acordo com o governador do Pará, essa iniciativa permitiu que os governos estaduais construíssem suas agendas locais, se apresentando ao mundo, porém sempre priorizando a interlocução com o governo brasileiro. E a partir do novo momento da eleição do novo presidente, a União passou a ter um aliado importante, trazendo o Executivo Federal para o centro das ações de liderança nacional da agenda do clima.
Mais compromissos que participamos na COP 27:
Assinamos um documento com Silvia Rucks, Coordenadora da ONU no Brasil e representantes da FAO E PNUMA, que cria um mecanismo financeiro para promover o desenvolvimento sustentável na Amazônia. pic.twitter.com/J10xvAoy3p— Helder Barbalho (@helderbarbalho) November 15, 2022
“O gesto do presidente Lula de aceitar o convite do Consórcio dos Governadores da Amazônia, e fazer da sua primeira viagem internacional a vinda à cúpula do clima em Sharm El Sheikh, reafirma o posicionamento do Brasil para essa agenda. Isto alimenta em todos nós a esperança e a expectativa de que a credibilidade política e a liderança global já experimentadas pelo presidente Lula quando esteve à frente do governo brasileiro, permitirá ao Brasil estar efetivamente construindo as soluções climáticas, se tornando o protagonista central para os temas ambientais”, ressaltou.
Ainda segundo Helder Barbalho, “a partir disto temos a obrigação de usar deste ativo para apresentar ao mundo um olhar do Brasil para a agenda climática, conciliando ações efetivas de combate às ilegalidades ambientais, de cumprimento das metas de redução e de carbono neutro para o nosso País, e por outro lado atuar nas construções de sustentabilidade que nos permitam conciliar as atividades existentes no Brasil de uso da terra para a transição de economias de baixo carbono e utilização da floresta como um ativo ambiental, seja com a bioeocnomia, seja com sequestro de carbono e utilizações adequadas ao meio ambiente”, finalizou.
RACE TO ZERO
O Pará aderiu ao acordo de adesão do Estado à campanha Race to Zero (Corrida para o Zero), movimento das Nações Unidas para conter o aquecimento global. O Race to Zero é uma iniciativa global para reunir lideranças com o objetivo de alcançar emissões líquidas zero de gases de efeito estufa até 2050.
A adesão à campanha da ONU está diretamente alinhada à Política Estadual sobre Mudanças Climáticas (PEMC, Lei Estadual nº 9.048/2020) e ao Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA, instituído pelo Decreto Estadual nº 941/2020). Com o objetivo de mudar o panorama da agenda climática no Estado, o plano está alinhado à Política Estadual sobre Mudanças Climáticas como incentivo a atividades que promovam a redução de emissões de Gases de Efeito Estufa; prevenção; controle; apresentação de alternativas ao desmatamento e estratégias ambientais, econômicas, financeiras e fiscais para proteção ambiental. As ações devem tornar o Pará um estado “Emissor Líquido Zero” a partir de 2036, 14 anos antes da meta global.
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