O nefrologista Luís Claudio Pinto, responsável pelo serviço de hemodiálise do Regional Abelardo Santos, em Icoaraci, Belém, garante que a correlação das doenças renais com o diabetes é direta e alarmante.
“A prevalência dos pacientes que fazem hemodiálise é de que 1/3 tenha diabetes. Também sabemos que 40% dos pacientes diabéticos vão ter alguma doença renal crônica durante a sua vida. E como tem aumentado a prevalência do diabetes no mundo, também, deve aumentar a prevalência das doenças renais crônicas, proporcionalmente”, afirma o especialista.
Estudos apontam que a principal causa de doenças renais no mundo e a segunda maior no Brasil, são os diabetes. Referência em nefrologia da rede estadual de saúde pública do Pará, em Belém, o Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), neste dia 14 de novembro, data em que no mundo se unem forças para o combate à doença metabólica, o nefrologista Luís Claudio Pinto orienta a sociedade sobre cuidados com a enfermidade que se caracteriza pelo aumento da glicose no sangue.
Conforme o Atlas da Internacional Diabetes Federation (IDF), a Nefropatia Diabética acomete cerca de 40% dos pacientes diabéticos e é a principal causa de insuficiência renal em pacientes que ingressam em programa de Diálise, sendo que cerca de 40% desses pacientes morrem no primeiro ano de tratamento, principalmente por doença cardiovascular. Os dados preocupam os profissionais da saúde.
Desafio – Sobre as doenças renais, o médico afirma que 1 a cada 10 pessoas no mundo são acometidas pelo mal. “O grande desafio dessas doenças é a sua identificação. Elas são silenciosas e pouco sintomáticas. Quando a pessoa vai notar, já perdeu a função renal. Os primeiros sinais da doença, se confundem com a diabetes em si. Por isso é recomendável, principalmente, ao diabético que tenha uma evolução mais longa, – depois de 5 anos – que ele procure ser avaliado para buscar saber se tem alguma lesão renal”, observou Luís Cláudio.
O nefrologista reforça que o ideal é que depois dos cinco anos sendo pacientes de diabetes tipo 1, a pessoa faça uma avaliação dos rins com um especialista para identificar se há alguma disfunção. “Já no diabetes tipo 2, mais prevalente em pessoas idosas, têm de ser feita a procura ativa da doença renal, de forma imediata ao diagnóstico. O mais importante é reforçar que não temos de aguardar os sintomas para avaliar”, frisou.
Assintomático – O aposentado Michel Lima, 49 anos, é diabético e realiza Hemodiálise no HRAS, três vezes por semana. O morador do bairro do Tapanã, em Belém, completará, em dezembro, dois anos de tratamento na unidade. Na sua primeira consulta com a nefrologista, apresentou o resultado de exames que havia realizado em outro serviço e logo precisou ser internado devido às alterações. Ele ficou impactado com a situação. “Quando a médica olhou os meus exames, indicou imediatamente a minha internação para que eu colocasse o cateter e iniciasse a hemodiálise, lembro que até passei o Natal aqui. Foi um período difícil. Mas desde quando comecei o tratamento aqui, sempre fui bem tratado, e achei a estrutura boa. Não tenho reclamações”, disse.
“Como passamos muito tempo juntos, acabamos criando vínculo familiar com os outros pacientes e os profissionais. Já falei pra minha mulher, daqui eu não saio para outro serviço”, brincou.
O Hospital Abelardo Santos dispõe de uma clínica de hemodiálise com capacidade para 90 pacientes renais crônicos. Desde, cerca de 40 apresentam diabetes e precisam de uma atenção especial, como explica o nefrologista Luís Claudio Pinto. “Nos pacientes com insuficiência renal e que já fazem hemodiálise, eles normalmente precisam fazer uso de insulina e ter um acompanhamento multiprofissional para ajustes de prescrições e na alimentação. Essas medidas são essenciais”, finalizou.
O diretor executivo do Abelardo Santos reforça sobre a importância do serviço prestado pela unidade aos paraenses. “De 1º de janeiro a 30 de setembro deste ano, o HRAS ofertou à população 13.373 sessões de hemodiálise. Além da clínica, temos também sessões aos pacientes internados em leitos clínicos e de UTI e ainda consultas ambulatoriais. No serviço, nossos pacientes são regulados ou vêm por meio de interconsultas, ou seja, quando recebem indicação de um especialista interno para fazer o tratamento nos rins na própria unidade. É importante que a sociedade se mantenha em alerta, pois se trata de uma doença com poucos sintomas, mas que causa dependência de tratamento para o resto da vida”, enfatizou o gestor.
O HRAS é uma unidade pública, administrada pelo Instituto Mais Saúde em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
Fonte: Agencia Pará
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