Naufrágio: pai e filha são encontrados e mortos chegam a 20

Após o terceiro dia de buscas realizadas pela força-tarefa composta pelos órgãos de segurança, com o trabalho de mergulhadores e emprego de nove embarcações e um helicóptero, mais dois corpos de vítimas do naufrágio da lancha Dona Lourdes II foram localizados neste sábado (10).

As vítimas são pai e filha, que deixaram Salvaterra, na Ilha do Marajó, com destino a Belém. Ananda Luiza Barreto da Silva, de 18 anos, estava acompanhada de José Luís Rodrigues da Silva, de 63 anos. O corpo da jovem foi localizado durante a manhã. Já o do homem, pela parte da tarde.

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No total, até o momento, a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) informa que 20 mortes foram confirmadas, sendo 12 mulheres, cinco homens e três crianças.

O caso de pai e filha chama a atenção, pois, momentos antes do naufrágio, eles chegaram a falar com familiares sobre o que teria acontecido no interior da embarcação. Por meio do aplicativo WhatsApp, Ananda e “Zé Luís”, como era conhecido, relataram as falhas mecânicas que a lancha sofreu.

Na conversa com um familiar, Ananda afirmou sentir medo, pois a embarcação parou no meio da Baía de Marajó e fortes rajadas de vento atingiam o barco. “Eu não quero me desesperar, mas não estou conseguindo”, declarou.

Em seguida, após o parente responder que ela deveria se manter calma, pois poderia ser apenas um pequeno problema, o qual seria logo resolvido, Ananda comentou: “Não é. Está horrível aqui. Tá afundando”.

A pessoa que conversa com a jovem não acredita, ao que ela responde: “É sério. Te amo”.

Estas foram as últimas mensagens enviadas pela estudante universitária, que cursava engenharia florestal e morava em Belém, mas foi passar o feriado do Dia da Independência com a família em Salvaterra, na ilha do Marajó.

Outra captura de tela mostra a conversa de “Zé Luís” com uma mulher chamada Franciele. Nas mensagens, ele diz que a hélice do barco quebrou e deixou a embarcação à deriva. Ele ainda tentou fazer uma ligação, que não foi atendida. Em seguida, a pessoa pergunta se todos estariam bem, mas não obtém mais respostas. Após 26 minutos de espera, ela encaminha uma nova mensagem, que já não foi mais recebida pelo homem.

VEJA:

Ananda e o pai, José Luís, falaram com os familiares antes do naufrágio | Reprodução  

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