A previsão é que, até a próxima segunda-feira, a Comissão de Defesa Civil de Belém conclua os laudos feitos nas residências impactadas pela explosão ocorrida no final da tarde de terça-feira (15), na empresa Eletronorte, no bairro da Terra Firme. De posse dos documentos, os moradores podem requerer, à empresa, que faça os reparos em suas casas.
Na manhã desta quarta-feira (16), a equipe da Comissão de Defesa Civil de Belém iniciou vistoria técnica nos imóveis. Um levantamento inicial indicou que 20 casas foram atingidas. Mas a Defesa Civil acredita que esse número seja bem maior. Aparentemente, não houve dano estrutural às casas.
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Presidente da Comissão de Defesa Civil de Belém, Christiane Ferreira explicou que, ainda no dia da explosão, a instituição esteve no local e fez um levantamento preliminar, pois, com a falta de energia, não havia como realizar a vistoria técnica. Para evitar o deslocamento dos moradores, a Defesa Civil vai solicitar o auditório da empresa para que, lá, seja feita a entrega dos laudos. Uma cópia também ficará com a Eletronorte.
Muitas das casas impactadas ficam na passagem Belo Horizonte, cujo acesso é pela avenida Perimetral. A auxiliar de serviços gerais Thamires Silva, 26 anos, dorme na casa da tia dela, que reside no interior do Estado. “Por sorte, não estava aqui ontem (dia da explosão). Estou operada”, contou. “Se estivesse aqui, acho que tinha pegado estilhaços de vidro em mim”, afirmou. Nesse imóvel, quebrou o vidro de uma janela e de uma porta e a porta da cozinha empenou. O forro do quarto e do banheiro “arriaram”. E quebrou, também, um pedaço do telhado.
“Achei que estava acabando o mundo”, contou a aposentada Maria das Neves Miranda de Souza, 65 anos, que mora no local há 26 anos. Ela assistia televisão na hora da explosão. “Deu um tremor. Eu gritei pra ele (um filho dela, de 28 anos). Ele é autista. 'Meu filho, desce, vem cá comigo'. Quando explodiu, me deu um negócio que eu caí do sofá. Ele me ajuntou e chamou meu outro filho e fui para a casa desse outro filho”, contou.
Com o impacto causado pela explosão, quebraram os vidros de três janelas, "arriou" o forro e quebrou oito telhas da casa de Maria das Neves. O gatinho dela, batizado de Frajola, sumiu durante a explosão, provavelmente assustado com o forte barulho. Mas voltou para a casa e está bem.
Adevaldo Bandeira Nogueira, de 70 anos, que é dono de um pequeno comércio na avenida Perimetral, dormia na hora da explosão. “Acordei com esse monte de destroço em cima de mim. Caiu o forro, quebrou a janela tudo”, contou. “Nem deu tempo de pensar o que era. Depois, pensei que eram os russos jogando bombas aqui”, contou ele, que mora no local há quase 17 anos. Na casa dele, houve danos materiais e caiu um objeto, que seria um cilindro, no quarto em que ela dormia.
Funcionários da Eletronorte estiveram na passagem Belo Horizonte, pela manhã. Eles conversaram com os técnicos da Defesa Civil de Belém. À imprensa, informaram que, depois, a empresa deverá emitir uma nota atualizando as informações sobre o caso.
Na terça-feira, a Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte) informou que quatro trabalhadores (dois empregados do quadro e dois terceirizados) ficaram feridos com baixa gravidade na fábrica de hidrogênio na Subestação do Guamá, em Belém, no Pará, que ocorreu por volta das 15 horas.
O incêndio foi controlado pelo Corpo de Bombeiros. Não houve interrupção na transmissão de energia. A empresa informou, ainda, que há dois empregados do quadro e dois terceirizados feridos com baixa gravidade. Todos foram encaminhados para o hospital como procedimento padrão.".
Ainda segundo o posicionamento da Eletronorte, não há riscos de novas explosões e o caso está sendo acompanhado junto a Defesa Civil. A empresa também disponibilizou hotel às famílias que necessitaram. Até ontem pela manhã, apenas uma família tinha ido para o hotel. Os moradores não quiseram sair de suas casas, com medo de possíveis furtos. A empresa também garantiu que vai ressarcir os danos causados à comunidade.
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