A estudante de pedagogia Renata de Assis, de 22 anos, levou um tiro durante um pagode em Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio, e só percebeu que tinha sido baleada quatro horas depois. Ela estava no local comemorando o aniversário de uma amiga, e a constatação da bala alojada no braço aconteceu após exame de imagem feito durante a madrugada em uma emergência.
“A gente estava tranquila no pagode. Eu saí desse estabelecimento, por cerca de 5 minutos, e eu senti uma pressão muito forte no meu braço. Inicialmente, eu achei que era uma pedrada. A gente olhou no chão e não tinha nada de diferente. E, como forma de expressão, para explicar para as pessoas que estava doendo muito, eu comecei a falar que eu tinha tomado um tiro. Ninguém acreditou, eu também não acreditei”, afirmou Renata.
“Só que eu continuei na festa. O pessoal falou ‘vamos para o médico?’. Eu falei ‘que médico? Vamos curtir, vamos dançar, olha o pagodinho tocando’. Fiquei de boa. Teve uma hora que eu percebi que estava doendo. Segurei meu braço bem junto ao meu corpo e fiquei quieta. Comi doce, bolo, refrigerante, tudo normal. Foi quando eu parei de sentir meu braço. Estava doendo tanto, que eu não conseguia mexer mais. Não abria e fechava mais a mão”, completou Renata.
Renata contou ainda que, ao chegar em casa na madrugada de domingo, 20, falou do machucado para sua mãe, Rosângela de Assis. A estudante não queria ir a uma emergência, mas foi convencida pela mãe. Elas chegaram na UPA da Penha, Zona Norte do Rio, e viram, em um exame de imagem, que a bala estava alojada no braço direito.
“O que eu senti foi medo, desespero, achar que eu ia morrer e nunca mais ia sair de lá. Eu pensei ‘pronto, quando vê a plaquinha de emergência do hospital, você não sai mais. Acabou para mim’. Agora, eu estou bem. Estou só com uma bala no meu braço, mas estou bem”, disse Renata, com bom humor, sobre o que sentiu quando descobriu que a bala estava alojada.
A vítima da bala perdida chegou a procurar o Hospital Estadual Getúlio Vargas, também na Penha, Zona Norte, após ser atendida na UPA. Segundo Renata, os médicos informaram que com a tentativa de retirar o projétil ela correria risco de perder os movimentos do braço e, por isso, ela segue com a bala alojada no ombro.
“Eles falaram para mim que tentar tirar em uma cirurgia seria mais arriscado do que deixar [no braço] porque ficou muito perto de um nervo. Todos os médicos e funcionários do hospital falaram que eu tive muita sorte. Porque se ela entrasse mais um pouquinho ela tinha pegado no nervo e eu tinha perdido os movimentos”, afirmou Renata.
A família, no entanto, está preocupada e ainda tenta uma outra opinião médica sobre o que fazer. A mãe da estudante, Rosângela, afirmou que cadastrou a filha no SisReg, mas só conseguiu consulta com um especialista para junho.
“Estou atrás de uma segunda opinião. Na segunda-feira, 21, eu fui direto no SisReg para ela ser cadastrada na Clínica da Família, mas a consulta é só em junho. Eu acho que é inviável”, afirmou a mãe.
Por: G1
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