O engenheiro Lucas Magalhães de Souza, de 27 anos, dono da lancha em que estava Yasmin Fontes Cavaleiro de Macêdo, de 22 anos, antes de morrer, poderá prestar um novo depoimento à Polícia Civil, nos próximos dias. O pedido foi protocolado pela defesa de Lucas, que é investigado como suspeito no caso, mas, até o momento, não foi deferido pela autoridade policial responsável pelo inquérito.
Para o advogado criminalista Luiz Araújo, que atua na defesa da família de Yasmin, a expectativa é para que "dessa vez, ele [Lucas] colabore com as investigações". "Em nenhum momento, o Lucas Magalhães está contribuindo. Isso eu afirmo e reafirmo", disse Luiz.
O criminalista explicou que, diferentemente do inquérito que tramita na Polícia Civil, na Marinha, as investigações não estão sob segredo judicial. Com base nos levantamentos de informações que já fez, Luiz Araújo afirmou: "Tem provas elementares e depoimentos, nos autos, de que ele estava bêbado e armado. Ele prestou depoimento na Marinha e, acompanhado do advogado dele lá, não tem nem como dizer que é mentira, ele disse que tinham duas armas de fogo na lancha e foram feitos mais de sete disparos. Ele é acostumado a beber e dar tiros. Só que, até agora, ele não entregou essa arma", detalhou.
Procurado pela reportagem, o advogado de Lucas Magalhães, Paulo Maia, disse que, devido ao segredo de justiça, não pode falar sobre o assunto. Ele reforçou que Lucas prestou depoimento somente por duas vezes na Polícia Civil e uma vez na Marinha “porque falou a verdade”. “Nós solicitamos o terceiro na Polícia Civil porque tiveram pontos nos depoimentos (de outros envolvidos) que precisam ser esclarecidos. Ele não tem nada a esconder, ele vai assumir pelos erros que cometeu, que é a questão da habilitação, da superlotação…”, declarou.
Paulo Maia afirmou também que esta é a primeira vez que Lucas Magalhães se envolve em um caso de polícia. “O Lucas nunca tinha pisado numa delegacia, porque nunca se envolveu em nada. Nem em acidente de trânsito”, completou.
Quanto ao inquérito na Polícia Civil, Luiz Araújo acredita que deverá ser prorrogado, por conta da reprodução simulada da morte de Yasmin, ainda sem data definida para ocorrer. Segundo o advogado, os peritos estão na fase de analisar o documento, que já concentra mais de 400 páginas. "Eles precisam desse tempo para estudar o enredo. Eu acredito que a reprodução vai ser um meio de prova determinante", concluiu. A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil, para apurar mais informações sobre a possibilidade de prorrogação do inquérito, mas ainda não teve retorno.
Yasmin Cavaleiro de Macêdo desapareceu na noite do dia 12 de dezembro do ano passado, durante um passeio de lancha pelas águas do rio Maguari, em Belém, onde estavam outras 19 pessoas a bordo. A jovem teria sumido por volta de 22h30, em circunstâncias que ainda não foram alinhadas em virtude da divergência de informações prestadas pelas testemunhas convocadas a depor. A mãe da influencer, Eliene Fontes, declarou que há, pelo menos, três versões para o que teria acontecido naquela noite, segundo pessoas que estavam na lancha.
O corpo da estudante foi encontrado às 12h40 de segunda-feira, 13 de dezembro, no distrito de Icoaraci, próximo a uma marina particular, a aproximadamente 11 metros de profundidade. A mãe da influenciadora declarou ter havido relatos de que Yasmin teria caído. Outro depoimento mencionou que a vítima teria usado a escada da embarcação para urinar e acabou sumindo. Uma terceira versão dá conta de que ela teria mergulhado no rio e desparecido.
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