Uma confusão ocorrida no final da tarde de sábado (29), no bairro do Guamá, em Belém, durante uma abordagem policial, terminou com duas pessoas feridas e um homem preso, acusado de tráfico de drogas. Parentes do suspeito, porém, denunciam truculência e abuso por parte dos agentes envolvidos na ação, e afirmam que o acusado estava saindo de uma padaria com uma sacola de pão.
Adelson Lima dos Santos, de 29 anos, foi abordado por policiais militares na porta da casa onde mora, no bairro do Guamá. Alegando inocência, familiares dele saíram em socorro, mas duas pessoas foram feridas: uma cunhada — que levou um tiro na perna — e um tio, ferido na cabeça. O rapaz foi detido e encaminhado para a Seccional da Marambaia, onde segue privado de liberdade. A família alega que a prisão não tinha provas, mandado e foi abusiva e truculenta.
A sogra de Adelson, que terá a identidade preservada, relata que ele havia acabado de sair do trabalho, em uma fábrica de laje pré-moldadas, que fica quase ao lado da casa dela. Após o expediente, foi a uma padaria e foi abordado quando retornava, já na porta da residência. Foi quando os policiais iniciaram o cerco, dizendo que ele estava com drogas. "O que ele tinha era um saco com pão que era nosso café. Ele não estava com drogas. Ninguém viu droga nenhuma e como questionamos, os policiais foram grossos e agressivos. Ficaram dando tiros, socos e simplesmente levaram ele sem dar qualquer explicação", relatou a sogra do suspeito.
Nos vídeos, uma moça grita e pede ajuda porque os policiais a estavam machucando. Então há barulho de disparos de arma de fogo e fumaça no chão. Foi neste momento que a sogra de Adelson diz que a sobrinha dela foi ferida na perna. A jovem fez cirurgia, removeu os fragmentos de projéteis e levou pontos. Não há risco de uma situação mais grave. O irmão dela é a pessoa que aparece ferida na cabeça.
Para a sogra de Adelson, trata-se de perseguição. O rapaz tem antecedentes criminais, mas está respondendo ao processo em liberdade e em dia com a justiça. Um dos responsáveis por monitorar e ajudar a ressocialização dele é o patrão, que já o acompanhou para a assinatura do acompanhamento periódico. "Esses policiais estão sempre perseguindo, brigando, agredindo e intimidando. Agora meu genro foi preso e não vimos a prova do crime que estavam acusando ele e tivemos pessoas machucadas. Vamos procurar a Defensoria Pública para encontrar um advogado e provar que ele é inocente, mas continua preso", conclui.
A Redação Integrada de O Liberal entrou em contato com a Polícia Militar e com a Polícia Civil para receber uma posição.
