Os corpos da família que foi vítima de uma chacina em São Félix do Xingu foram exumados no último domingo (16). Os cadáveres vão passar por uma perícia necroscópica mais detalhada, que deve fornecer novas informações à investigação. José Gomes, conhecido como Zé do Lago, a mulher, Márcia Nunes Lisboa e a filha, Joene Nunes Lisboa, foram encontrados mortos no último dia 11. O casal vivia há mais de 20 anos no local e desenvolvia um projeto ambiental de proteção de quelônios, repovoando as águas do Xingu com filhotes de tartarugas todos os anos.
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"Nós conseguimos judicialmente a possibilidade de fazer exumação e uma perícia mais técnica dos corpos. Os corpos já estão em Marabá, onde uma equipe do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPCRC) está realizando a perícia com mais detalhes, passando por aparelhos mais sofisticados, para detectarmos todas as possibilidades, como entrada e saída de projéteis de arma de fogo", explicou o delegado Cláudio Galeno, diretor da Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil.
De acordo com o delegado, testemunhas foram ouvidas e novas diligências estão sendo realizadas pela polícia. "Ainda não temos suspeitos. A localidade em que as vítimas foram assassinadas fica bem distante da sede do município, um local totalmente rural, uma fazenda, então não temos imagens, é uma outra metodologia de investigação. Mais uma vez a Polícia Civil se disponibiliza em colocar várias equipes para dar a atenção devida a um caso de tanta repercussão", finalizou.
Na manhã de domingo (9), os corpos da família foram encontrados com marcas de tiros, em fazenda localizada na Cachoeira do Mucura, que fica às margens do Rio Xingu, no município de São Félix do Xingu. Por conta do avançado estado de decomposição, a polícia entendeu que as vítimas já estavam mortas há alguns dias. O casal de ambientalistas vivia no local há mais de 20 anos.
Na sexta-feira (14), o Ministério Público Federal (MPF) deu início a um procedimento para acompanhar o andamento das investigações. Para o MPF, os fatos são de extrema gravidade e se inserem em um contexto de reiterados ataques a ambientalistas e defensores de direitos humanos no país. Mais de 50 entidades e movimentos sociais divulgaram uma carta pública cobrando rapidez nas investigações e responsabilização dos envolvidos. Entre os signatários da carta estão a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e a Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH).
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