Para o advogado de defesa da família de Yasmin, o criminalista Luiz Araújo, o fato do médico legista e suspeito Euler André Magalhães da Cunha já ter sido ouvido três vezes, sendo uma delas espontaneamente, bem como ter entregue a arma e o celular à polícia, não significa que esteja querendo colaborar com as investigações, mas sim se livrar de qualquer acusação.
Referindo-se ao fato de que Euler teria omitido informações, em seu primeiro depoimento, prestado no dia 17 de dezembro, como assim revelou o seu próprio advogado, Marco Pina, Araújo disparou: “Quem quer colaborar não mente. Para mim, ele entregou aquela arma justamente para não ocorrer a busca e apreensão como ocorreu no Lucas (dono da lancha)”, afirmou. “Ele é testemunha ocular e teria que dizer como a menina caiu da lancha e, até agora, ele não disse”, acrescentou.
Não somente por ter participado do mesmo passeio de lancha em que Yasmin estava, Euler Cunha passou a ser suspeito, e não mais testemunha, por diversos motivos. Dentre eles, o médico é o homem que teria presenteado Yasmin com ursos de pelúcia horas antes do passeio. A influenciadora chegou a registrar no Instagram o momento em que todos estavam ao redor de uma máquina de agarrar peluches. Na publicação seguinte, ela mostrou três brinquedos que havia ganhado e disse que eram “Presentes do Dr. Léo”, como ele é conhecido, mencionando o perfil do suspeito na sequência.
Após o desaparecimento de Yasmin, questionado por pessoas que estavam em busca de informações sobre a jovem, Euler teria dito que não conhecia a influenciadora e não tinha certeza se ela estava mesmo na lancha. Dias após a confirmação da morte de Yasmin, um vídeo recebido pela reportagem de O Liberal mostra o legista novamente ao lado da influenciadora. As imagens foram registradas em 11 de dezembro, um dia antes do passeio que terminou com a morte da jovem, e se passaram na avenida Doca de Souza Franco, no bairro do Reduto, em Belém.O vídeo mostra Yasmin sentada em cima de um carro, enquanto Euler aparece em pé dançando e sorrindo, olhando para a câmera, com uma lata de cerveja nas mãos. Na ocasião, ambos estavam rodeados de outros amigos, inclusive de Lucas Magalhães, proprietário da lancha.
Além disso, no segundo depoimento que prestou, o médico legista revelou que pessoas estavam armadas no dia do passeio e tiros foram disparados para o ar. Conforme apurado pela reportagem, Euler era um dos passageiros que estavam armados e atiraram para cima, alegando "empolgação".
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