Caso Yasmin: mãe da influencer mostra o apartamento da filha e fala em decepção com amigos

​Há pouco mais de um mês, a professora Eliene Fontes, de 42 anos, precisa buscar forças, todos os dias, para conseguir lidar com a dor da perda e a saudade de sua única filha, a influenciadora e estudante de medicina veterinária Yasmin Fontes Cavaleiro de Macêdo, de apenas 21 anos. A jovem morreu no dia 12 de dezembro do ano passado ao cair, misteriosamente, de uma lancha durante um passeio com amigos pelos furos do rio Maguari, em Belém.

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Eliene, que é concursada do município de Tailândia, no nordeste paraense, recebeu a reportagem de O LIBERAL com exclusividade no apartamento onde Yasmin morava, sozinha, no bairro do Mangueirão, em Belém. Durante a entrevista, na tarde da última quinta-feira (20), falou sobre como tem sido esses dias sem a filha e também desabafou sobre o caso, ainda cercado de mistérios, com inúmeras informações desencontradas. “A Yasmin era uma moça estudiosa, gostava muito de esportes, fazia CrossFit, academia, uma pessoa muito alegre”, relembrou Eliene, que atualmente está afastada do trabalho.

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E continuou: “Ela sempre achava que todo mundo era amigo dela, que todo mundo gostava dela e esse fato veio para nos provar que isso não existe. Hoje em dia, eu digo que confiar nas pessoas e achar que todo mundo é amigo, como eu falava para ela, alertei várias vezes, não é mais qualidade, é defeito”.

Emocionada, a professora Eliene disse que ainda não conseguiu voltar para o apartamento da família. No local, tudo se encontra organizado de acordo com o jeito e detalhes pensados por Yasmin. “Eu ainda não consegui voltar para o meu apartamento, porque tudo aqui lembra a Yasmin. Essa televisão nós compramos para colocar na parede uma semana antes dela falecer. Foi a Yasmin que escolheu os móveis da casa. A casa está do jeito que ela deixou”, lamentou, ao comentar sobre a intensidade da rotina da filha, que, segundo ela, passava pouco tempo dentro do imóvel.

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“Ela ia para a faculdade todos os dias pela manhã e, quando passava, almoçava na casa da avó. Da casa da avó, ela ia para o treino de academia, fazia as publicações dela (nas redes sociais). Ela publicava muita roupa, sapato, maquiagem. À noite, geralmente, ela acabava no CrossFit. Vinha para casa entre nove e meia e dez horas, só para dormir”, relembrou. Yasmin estava no 9º semestre da faculdade e sonhava em fazer residência para cuidar de animais de grande porte. Atualmente, o pai dela estava construindo um pet shop, em Outeiro, onde ela começaria a trabalhar e ter o próprio negócio.

Eliene afirmou, ainda, que todos os pertences da filha estão do jeito que ela deixou. “Nem sei dizer se algum dia… vai demorar para eu conseguir mexer nas coisas dela. Eu arrumei algumas coisas e não me contive. Então, eu resolvi parar e deixar tudo do jeito que ela deixou”.

Vivendo com a ajuda de remédios, Eliene precisou iniciar tratamento psicológico para viver um dia após o outro. “Eu sinto muita tristeza. Aqui está minha caixa de remédios. Eu estou em pé por causa desses remédios. Faço tratamento psiquiátrico, psicológico, neurológico, hoje em dia. Estou frequentando o centro espírita, porque vontade mesmo eu não tenho de nada”, relevou. “Éramos só nós duas. Eu vivia para a Yasmin. Eu trabalhava para a Yasmin. Tudo o que eu fazia era em prol da Yasmin. Então, hoje, eu não vejo mais sentido em nada”.

Dona Eliene: "Eu ainda não consegui voltar para o meu apartamento, porque tudo aqui lembra a Yasmin" (Tarso Sarraf / O Liberal)

Decepção com os amigos

“Ela tinha uma amiga que vivia aqui em casa, a Bárbara. Dormia aqui. A Yasmin ia para o CrossFit, e a Bárbara ficava aqui dentro. Comia na minha casa, passava semanas aqui, porque, segundo ela, ela não gostava de estar na casa dela. E nos dois depoimentos dela, ela disse que não era íntima da Yasmin e foi ela mesma quem me deu a notícia de um tom muito frio. E os áudios que ela mandou para nós, ela simplesmente falou que a Yasmin pulou porque quis, que a Yasmin bebeu porque quis e que a Yasmin era maior de idade. Tipo assim ‘Pulou porque ela quis e eu não pude fazer nada”, desabafou Eliene.

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“Nós temos áudios da Bárbara pedindo para a gente criar um grupo, porque ela estava cansada de dar informações para todo mundo. Então, eu acredito que se fosse um acidente, no mínimo, quando nós chegamos na marina seis horas da manhã, as pessoas estariam desesperadas, prestando solidariedade, tentando contar como foi que aconteceu”, continuou.

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“Saiu um print do Euler, depois que aconteceu, falando que ele não conhecia, que não estava na lancha e desejando boa sorte para a família, duas horas da manhã, no momento em que ele, com certeza, já sabia que a Yasmin estava morta. E eu não consigo entender como é que um médico, que faz juramento, consegue agir dessa forma. Um diz que a Yasmin pulou, o outro diz que a Yasmin estava tomando banho, outro diz que a Yasmin estava na escadinha da lancha e se soltou, outro diz que estavam todos tomando banho e ela desapareceu”, detalhou.

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Eliene também lamentou: “São muitas histórias que não batem. Se é um acidente, todo mundo vai contar a mesma história. Eu estou decepcionada, principalmente, com a Bárbara, porque, até então, eu esperei que fosse o momento de choque dela, que ela viesse me procurar e falar o que tinha acontecido. Eu tenho áudios da Bárbara que a gente diz ‘Meu Deus, como é que essa pessoa vivia dentro da minha casa?”, questionou, acrescentando que Bárbara era considerada uma das melhores amigas de Yasmin, que chegou a salvar o número da moça em seu celular como contato de emergência.

“Eu vejo as mães não fazendo nada para que alguém conte a verdade, porque, se a Yasmin tivesse viva e outra pessoa morrido, nós, como família, iríamos querer que ela falasse a verdade. Iríamos obriga-la, porque, quando uma mãe perde um filho, eu acho que todos perdem um pouquinho. A gente se coloca no lugar do outro. Eu sempre peço muito por essas pessoas, que toquem no coração delas e contem o que aconteceu. A gente ainda não conseguiu viver nosso luto atrás de justiça. Nós não queremos julgar ninguém, não queremos condenar um inocente. Sabemos que muita gente que estava lá não sabe. Mas como que, numa lancha com dezenove pessoas, e ninguém viu o que aconteceu?”, perguntou. Eliene também acredita que não houve fatalidade. “A Yasmin não se jogou, a Yasmin não se suicidou, a Yasmin não escorregou, a Yasmin foi morta. Isso nós temos convicção”, disse.

Mãe de Yasmin vence a saudade e abre o apartamento da filha e mostra como a influencer deixou tudo antes de partir abruptamente (Tarso Sarraf / O Liberal)

Suposto relacionamento com dono da lancha

Foi através da amiga Bárbara Ramos que Yasmin conheceu, há cerca de quatro meses, todos os outros amigos que estavam na lancha, inclusive o dono da embarcação, o empresário Lucas Magalhães de Souza. Com ele, a jovem estaria tendo um relacionamento amoroso, o qual Eliene ficou sabendo através de amigos da filha recentemente. “Ela falava muito com o Lucas, inclusive estão encobrindo que eles dois estariam tendo um relacionamento. Nós sabemos que ele sempre foi uma pessoa de ficar com várias no mesmo lugar”, denunciou.

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“Para mim, a Yasmin dizia que não estava com ele. Mas, para as amigas, elas já me confirmaram que ela estava, sim, tendo um relacionamento com o Lucas. Então, ela falava muito bem do Lucas, da Daiane, da Dielle, da Bárbara”, relembrou. Sobre não ter conhecimento do suposto relacionamento entre Yasmin e Lucas, Eliene afirmou: “Antes dela me falar sobre esse suposto relacionamento, que na verdade quem me falou foram as amigas, ela me contava que ele tinha várias ficantes e que todas elas sabiam uma da outra. Eu sempre proibi que ela se envolvesse com ele e sempre pedi que ela não fizesse isso, com medo de briga, de confusão. Acredito que por isso ela não me contou. Mas, segundo informações de amigas, eles estavam tendo, sim, um relacionamento e ele negou isso na delegacia”, revelou Eliene.

O Liberal

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