Dentre tantos episódios do mistério que envolve a morte de Yasmin Fontes Cavaleiro de Macêdo, de 21 anos, o comportamento do médico legista Euler Cunha, o ‘Dr. Léo’, e da suposta melhor amiga da jovem, a maquiadora Bárbara Ramos, chama a atenção e provoca sentimentos de decepção e revolta na professora Eliene Fontes, mãe da vítima.
“Ela tinha uma amiga que vivia aqui em casa, a Bárbara (Ramos). Dormia aqui. A Yasmin ia para o CrossFit, e a Bárbara ficava aqui dentro. Comia na minha casa, passava semanas aqui, porque, segundo ela, ela não gostava de estar na casa dela. E nos dois depoimentos dela, ela disse que não era íntima da Yasmin e foi ela mesma quem me deu a notícia de um tom muito frio. E os áudios que ela mandou para nós, ela simplesmente falou que a Yasmin pulou porque quis, que a Yasmin bebeu porque quis e que a Yasmin era maior de idade. Tipo assim ‘Pulou porque ela quis e eu não pude fazer nada”, desabafou Eliene.
“Nós temos áudios da Bárbara pedindo para a gente criar um grupo, porque ela estava cansada de dar informações para todo mundo. Então, eu acredito que se fosse um acidente, no mínimo, quando nós chegamos na marina seis horas da manhã, as pessoas estariam desesperadas, prestando solidariedade, tentando contar como foi que aconteceu”, continuou.
“Saiu um print do Euler, depois que aconteceu, falando que ele não conhecia, que não estava na lancha e desejando boa sorte para a família, duas horas da manhã, no momento em que ele, com certeza, já sabia que a Yasmin estava morta. E eu não consigo entender como é que um médico, que faz juramento, consegue agir dessa forma. Um diz que a Yasmin pulou, o outro diz que a Yasmin estava tomando banho, outro diz que a Yasmin estava na escadinha da lancha e se soltou, outro diz que estavam todos tomando banho e ela desapareceu”, detalhou.
Eliene também lamentou: “São muitas histórias que não batem. Se é um acidente, todo mundo vai contar a mesma história. Eu estou decepcionada, principalmente, com a Bárbara, porque, até então, eu esperei que fosse o momento de choque dela, que ela viesse me procurar e falar o que tinha acontecido. Eu tenho áudios da Bárbara que a gente diz ‘Meu Deus, como é que essa pessoa vivia dentro da minha casa?”, questionou, acrescentando que Bárbara era considerada uma das melhores amigas de Yasmin, que chegou a salvar o número da moça em seu celular como contato de emergência.
“Eu vejo as mães não fazendo nada para que alguém conte a verdade, porque, se a Yasmin tivesse viva e outra pessoa morrido, nós, como família, iríamos querer que ela falasse a verdade. Iríamos obrigá-la, porque, quando uma mãe perde um filho, eu acho que todos perdem um pouquinho. A gente se coloca no lugar do outro. Eu sempre peço muito por essas pessoas, que toquem no coração delas e contem o que aconteceu. A gente ainda não conseguiu viver nosso luto atrás de justiça. Nós não queremos julgar ninguém, não queremos condenar um inocente. Sabemos que muita gente que estava lá não sabe. Mas como que, numa lancha com dezenove pessoas, e ninguém viu o que aconteceu?”, perguntou.
Eliene também acredita que não houve fatalidade. “A Yasmin não se jogou, a Yasmin não se suicidou, a Yasmin não escorregou, a Yasmin foi morta. Isso nós temos convicção”, disse.
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