Depois de passar por três fases classificatórias, incluindo prova e entrevista, o resultado saiu na sexta-feira (16) e Rebeka passou por um misto de muitos sentimentos ao mesmo tempo ao receber a notícia.
“No mesmo dia que voltei das minhas férias saiu o resultado. Eu estava de plantão e a secretária de saúde me mandou o resultado. Eu não estava acreditando, fiquei em choque. Todo mundo perguntava o que estava acontecendo e eu não conseguia falar”, contou.
Formada há pouco mais de um ano, Rebeka entrou para a linha de frente no combate a uma das maiores pandemias da história da humanidade. E foi justamente a Covid-19 o tema do projeto apresentado para concorrer a uma das vagas do mestrado.
Para que ela pudesse desenvolver o projeto sobre o perfil epidemiológico da doença em Rurópolis, onde atua em unidades de saúde, precisou sair de férias.
“Eu já estava pensando em parar para tentar novamente o mestrado, e escolhi minhas férias para março e fui ver a minha família em Monte Alegre. De lá eu fiz o projeto e as provas”, disse.
Rebeka chegou a duvidar do seu conhecimento e da capacidade de passar no mestrado de uma das melhores universidade públicas do Brasil, mas assim como peça fundamental e forte na luta contra a pandemia, não baixou a cabeça e foi à luta.
“A gente nunca pensa que é capaz, eu não estava com esperanças porque eu via os currículos das demais pessoas que eram muito mais experientes. Eram poucas vagas, um processo seletivo muito difícil, mas eu passei”, completou.
O mestrado da USP no qual foi aprovada é de Enfermagem na Atenção Primária em Saúde no Sistema Único de Saúde (SUS). O curso é uma iniciativa da Universidade de São Paulo (USP) com a Universidade do Estado do Pará (Uepa), em Santarém.
A seleção foi destinada a profissionais inscritos no Conselho Regional de Enfermagem (Coren), com vínculo empregatício com o SUS e que atuam no âmbito da Atenção Primária em Saúde (APS) na região do 9º Centro Regional de Saúde do Pará, que integra 20 municípios.
A enfermeira e um motorista de ambulância precisaram empurrar a maca com uma paciente em tratamento da Covid-19, que usava cilindro de oxigênio, pela rodovia BR-230, a Transamazônica, no sudoeste do Pará.
Eles deixaram o veículo e caminharam por cerca de 2 quilômetros por causa do congestionamento de caminhões no trecho próximo ao porto de Miritituba, distrito do município de Itaituba. As imagens ganharam as redes sociais.
A enfermeira Rebeka Fonseca e o motorista Wadson Diniz contaram com a ajuda de outras duas pessoas. Em outro vídeo, é possível ver a profissional de saúde e a paciente na maca encobertos pela poeira levantada pelas carretas que passavam na rodovia. Eles conseguiram fazer a transferência da paciente.
Fonte: G1 Santarém
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