Maxciele Silva é amiga em comum da vítima e do agressor e testemunha ocular do caso. Ela relata que todos estavam em uma festa de aniversário de uma outra amiga. Antes do evento, Victor teria se desentendido com uma outra pessoa que também era convidada. Quando o rapaz chegou à festa, o advogado se irritou com a presença dele e quis ir “tomar satisfações”. A namorada tentou evitar e segurou ele.
“Ela [vítima] disse que era para ele não fazer aquilo, que ele iria estragar a festa. Ficou segurando e ele disse que deveriam ir embora. Ela disse que não queria ir e que era para aquela briga acabar logo. O Victor disse que ia bater nela e então empurrou. No impulso, a única reação que ela teve foi jogar a cerveja que estava no copo nele. Então ele deu o soco na boca dela”, relatou Maxciele. O advogado ainda ficou no local por alguns minutos até ir embora.
A moça agredida foi levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Maxciele diz que as informações médicas apontavam que ela tinha caído, como se quisessem minimizar ou ignorar a agressão. Ela foi à delegacia no domingo (31), mas não foi atendida. Voltou a procurar a Polícia Civil somente na segunda-feira (1º) e foi orientada pelo delegado a acionar a Corregedoria por não ter sido atendida no dia anterior. O registro da ocorrência foi feito, o exame de corpo de delito também e foram solicitadas medidas protetivas.
Por enquanto, a investigação segue na Polícia Civil. Victor Vilhena já foi ouvido, mas não cabe flagrante pelo tempo decorrido. O inquérito tem 30 dias para ser concluído. Algumas pessoas têm compartilhado nas redes uma foto de Victor sentado em uma sala numa delegacia. Maxciele observa que a foto é antiga e não tem a ver com o caso recente. Todos os perfis em redes sociais do advogado foram apagadas.
A moça, relata Maxciele, está muito assustada e sofrendo com uma ansiedade forte, pois nas redes sociais, ainda há quem a culpe por ter sido agredida. E houve muitos compartilhamentos da foto dela ferida. “A gente sabe que a família do Victor nem está saindo de casa por conta desse caso, por receio, mas queremos deixar claro que a justiça que queremos não é essa. E esperamos que a OAB faça algo também, porque só nota de repúdio não adianta”, concluiu.
A Redação Integrada de O Liberal entrou em contato com Victor Vilhena. Por telefone, ele disse: “Por conselhos de amigos e do meu pai, prefiro não me manifestar sobre esse caso a princípio”. Por ser advogado, está representando a si mesmo e não tem outro advogado o defendendo. O pai dele, mencionado por ele mesmo, é um apresentador de TV de Paragominas, conhecido como R Vilhena, “O Patrulheiro da Cidade”, apelido ganho por ter sido policial militar.
A Ordem dos Advogados do Brasil Seção Pará (OAB-PA), pela seccional de Paragominas — à qual há confirmação, por nota, de vínculo de Victor —, manifestou repúdio contra a violência sofrida por mulheres. A entidade de classe está acompanhando o caso que pode resultar na perda de registro profissional por inidoneidade. E ainda rechaçou qualquer tipo de forma de culpabilizar a vítima pelas agressões sofridas, o que leva à subnotificação de crimes como esse.
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