Segundo o coordenador do Núcleo de Hidrometeorologia da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas-PA), Saulo Carvalho, a maior concentração de raios no Pará fica nas regiões norte e sudeste do Estado: “O período que compreende dezembro até maio, registra a maior incidência de raios na região Norte, em especial no Pará. No Estado, estes eventos ficam mais concentrados na porção norte e também na porção sudeste. Isso se dá pelo início do período chuvoso na porção Norte, onde há a maior formação de nuvens com trovoadas, as chamadas cumulus nimbus. Além da grande quantidade de chuva, estes eventos de tempestades vêm acompanhados por grande quantidade de raios.”
Com cerca de 78 milhões de raios por ano, o Brasil é o país com maior incidência de raios no mundo. A probabilidade de uma pessoa ser atingida por um raio é de uma em 1 milhão, em média. Mas, com tanto raio caindo no país, a cada 50 mortes causadas por raios no mundo, uma acontece no Brasil, que registra 130 óbitos por ano, no Brasil, segundo o Inpe.
De acordo com dados coletados entre os anos de 2000 a 2019, o Pará ficou em terceiro lugar entre os Estados com maior número de mortes causadas por raios, com 162 fatalidades, atrás de Minas Gerais, com 175, e São Paulo, que registrou 327 óbitos. Este levantamento elaborado pelo ELAT reuniu informações coletadas neste período pelo Departamento de Informações e Análise Epidemiológica (CGIAE) do Ministério da Saúde, veículos da imprensa e dados de população do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os resultados revelam um total de 2.194 fatalidades registradas; uma média de 110 casos por ano no período. Dentre as principais circunstâncias de fatalidades, os maiores percentuais são aqueles associados a atividades de agronegócio (26%).
Quando há formação de nuvens com raios no horizonte, a recomendação dos especialistas é a de evitar lugares abertos e se abrigar em prédios, pontos de ônibus ou dentro de carros, por exemplo. Dentro de casa, é preciso se afastar de portas e janelas com grade de metal, que são condutores de eletricidade, e também é importante não usar celular ligado na tomada, se mantendo longe de objetos ligados às redes elétrica e telefônica. No trânsito, deve-se permanecer dentro do automóvel. Em casos de espaços abertos (praias, pastos, plantações, campos de futebol, etc) a dica é procurar abrigo sempre que o tempo ficar encoberto e não somente quando a chuva cair.
Saulo Carvalho dá dicas de segurança durante as tempestades e alerta para o perigo de usar celular conectado à tomada: “Como medida de prevenção, recomenda-se que, no momento da tempestade, a pessoa deve se abrigar em lugares seguros, como casas, prédios e até em paradas de ônibus. Quando estiver em casa, deve-se evitar contato com objetos metálicos, se afastar de janelas e não usar o celular com carregador plugado na tomada, até passar a tempestade.”
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