Ela fala que não imaginava que as imagens fossem parar na internet, mas também assume que não pediu privacidade aos seus convidados. Carol ressalta que não queria que isso tivesse acontecido, pois a imagem que repercutiu não era da cerimônia em si e salienta que as imagens de toda a celebração foi transmitida online [disponível no fim da entrevista].
“Não tenho noção de quando surgiu a ideia [das armas]. A verdade é que meu marido e eu gostamos delas desde sempre, temos bastantes padrinhos da Segurança Pública e queríamos fugir ao trivial, algo que nos representasse”, detalha. “A cerimônia já havia acontecido. Foi um momento em que recebemos os padrinhos para a ‘recepção’. A nossa cerimonialista já estava com tudo organizado para nos receber em local específico (à frente da mesa do bolo) exclusivamente para essa foto”, continua.
A cerimônia não teve uma celebração religiosa e houve apenas uma troca de votos em uma chácara. A servidora destaca que todas as medidas sociais para evitar o coronavírus também foram tomadas e o evento contou com apenas 100 convidados em um espaço ao ar livre.
Carol e Heffraym estavam em lua de mel no Rio de Janeiro — de onde partem de volta a Goiás nesta quarta-feira — quando receberam as primeiras mensagens de desconhecidos que encontraram na internet os bastidores da festa de seu casamento. Ela lamenta que a repercussão tenha atrapalhado um pouco o momento íntimo do casal até porque precisaram responder as diversas mensagens que receberam.
“Não por dever satisfações, mas por acreditar na democracia e no direito de resposta”, expõe. “Já é o segundo dia completo de bastantes mensagens nas redes sociais. Os haters têm vindo aos montes, seja nas páginas das redes, como em nossos perfis pessoais. Alguns desejando que as armas tivessem disparado, outros desejando que nosso casamento termine em tragédia, outros apenas demonstrando repúdio, mas estamos levando de forma tranquila, até porque opinião cada um tem a sua”, comenta.
Por outro lado, a servidora declara que também tem recebido mensagens de apoio, principalmente de pessoas gostam de armas, vindo de policiais, delegados e colegas de profissão.”Meus alunos, inclusive, amaram, principalmente as mulheres que de sentem representadas por mim”, completa.
Ela ainda se posiciona como uma apoiadora à legalização do porte de armas, pauta muito discutida durante a campanha eleitoral e do governo de Jair Bolsonaro. Em janeiro de 2019,15 dias após tomar posse do Palácio do Planalto, ele assinou um decreto que facilita a posse de armas de fogo. O direito à posse é a autorização para manter uma arma de fogo em casa ou no local de trabalho desde que o dono da arma seja o responsável legal pelo estabelecimento.
“Sou a favor desde que sejam cumpridos todos os requisitos legais, entre eles, não ter antecedentes criminais, maioridade legal (é maior que a penal), habilitação para tal (como curso e treinamento) e o exame psicológico, além de residência fixa. Acredito que com treinamento e educação todo ser humano é capaz de portar armas. Desde que cumpra os requisitos mencionados e queira ter uma, afinal não há que se forçar ninguém a nada”, opina.
Carol se posiciona como uma lutadora dos direitos das mulheres e responde que o assédio nas ruas é algo comum independente da carreira. De todo modo, a servidora pública afirma que quando se trata de mulheres policiais, seja da segurança pública ou privada, o assédio é um pouco diferente.
“Infelizmente, em nosso país alguns têm o fetiche pela mulher fardada e armada. Então esses pensamentos acabam sendo exteriorizados de forma inadequada. A diferença é que somos treinadas para nos defender”, pontua.