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Agravos da Covid-19 são maiores em fumantes ativos e passivos

Fumantes que tiveram a Covid-19 têm 14 vezes mais chances de a doença evoluir gravemente do que os não fumantes. O alerta do Centro de Referência em Abordagem e Tratamento do Fumante (Cratf), vinculado à Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), ocorre no Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado em 29 de agosto.

“Dependendo do grau de comprometimento pulmonar, idade e comorbidades já presentes no paciente, isso influenciará a recuperação. De modo geral, ela será mais lenta, com perda da função pulmonar e da massa muscular torácica, além de apresentar sequelas, como fibrose pulmonar e falta de ar permanente”, afirma Fátima Amine, coordenadora do centro.

As dificuldades de recuperação da Covid-19 se estendem aos fumantes passivos, ou seja, quem não fuma, mas convive com fumantes, especialmente em locais fechados, e por isso aspira a fumaça ambiental no tabaco e tem o sistema respiratório também comprometido pelo cigarro, diz a coordenadora. 

Muitos fumantes relatam que em momentos de ansiedade fumam mais. No entanto, segundo Fátima Amine, ainda não é possível dizer se o número de fumantes aumentou em todo o Estado. O centro iniciou um estudo para analisar o perfil dos fumantes durante a pandemia. O levantamento vai investigar como a Covid-19 afetou os fumantes, quais sequelas pode ter deixado e como está sendo a recuperação desses pacientes. 

REFERÊNCIA

O Centro de Referência em Abordagem e Tratamento ao Fumante foi criado há 16 anos e é integrado ao Sistema Único de Saúde (SUS). O espaço trata quem deseja parar de fumar. É um trabalho educativo com repasse de informações sobre tabagismo além de orientações estratégicas.

Qualquer pessoa interessada em deixar de fumar pode procurar o centro sem qualquer encaminhamento, pois o espaço atende a demandas espontâneas.

“No primeiro momento, o usuário passa por uma avaliação clínica e é inserido no circuito de tratamento, começando pela Abordagem Cognitivo-Comportamental em grupo, conduzida por psicólogos e assistentes sociais, que ajudam o fumante a desenvolver habilidades comportamentais e capacidade de reflexão sobre os fatores envolvidos na dependência. Nessa fase, o usuário participa uma vez por semana, durante um mês. Na segunda ou terceira sessão, 80% deles já deixam de fumar. Em seguida, ele passa por uma consulta médica, com realização de exames e prescrição de medicamentos, se for necessário, pois cada caso é avaliado individualmente”, explicou a coordenadora.

No segundo mês, o atendimento continua com uma equipe multidisciplinar, formada por médico, enfermeiro, psicólogo, nutricionista, assistente social, fisioterapeuta e cirurgião-dentista, tudo de acordo com a necessidade do paciente, podendo, inclusive, ser encaminhado a especialistas em outras unidades do SUS, como os Centros de Atenção Psicossocial (Caps).

Durante a pandemia, o número de atendimentos diminuiu, mas o espaço atende, em média, cerca de 40 pacientes por mês. No Pará, o número de fumantes é maior entre pessoas de 49 a 60 anos. O tabagismo pode agravar doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, causar infarto do miocárdio e doenças respiratórias, como asma, enfisema, diabetes e ainda diferentes tipos de câncer. 

CONSEQUÊNCIAS

Associado ao tabagismo em 90% dos casos, o câncer de pulmão é um dos tumores malignos mais comuns e sua incidência cresce 2% ao ano, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).  

A doença já registrou em todo o Pará 79 casos em 2017; 161 casos em 2018; 144 casos em 2019 e, neste ano, até maio, 43 casos – segundo dados do Painel Oncologia, do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus).

Em se tratando de internações por câncer de pulmão, em 2019 foram 284 internações. Em 2020, até junho, foram 97.

SERVIÇO

O Centro de Referência em Abordagem e Tratamento ao Fumante está localizado na Unidade de Referência da Presidente Vargas, número 513. O atendimento é feito de segunda a sexta-feira, de 7 às 17 horas. Para mais informações, ligue (91) 3242-5645

Zap Marabá

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