A Secretaria de Estado de Saúde Pública convoca a população à vacinação contra o sarampo nas unidades básicas de saúde dos municípios. A Sespa enviou a vacina para os 144 municípios paraenses para garantir a imunizaçõ de toda a população, especialmente, às pessoas de 20 a 49 anos, mesmo que já tenham sido vacinadas anteriormente. Essa é a faixa etária com o maior número de casos, atualmente.
A Divisão de Vigilância Epidemiológica da Sespa informa que, de 1º de janeiro a 4 de julho de 2020, o Pará registrou 4.015 casos confirmados de sarampo, incluindo três óbitos. O número já é dez vezes maior que o total confirmado em 2019, que registrou 403 casos da doença.
A capital paraense Belém é o município com o maior número de casos de sarampo com 1.434 casos confirmados, com um óbito, seguida de Ananindeua (416), Breves (244), Abaetetuba (217), Marituba (180), Marabá (176) e Moju (176).
Segundo a Sespa, as faixas etárias mais acometidas são de 15 a 19 anos (824), de 20 a 29 anos (1.240) e de 30 a 39 anos (458), o que preocupa a secretaria por serem as faixas etárias que menos buscam as salas de vacina e ao mesmo tempo a mais econômica e socialmente ativa e por isso a principal responsável pela manutenção da circulação do vírus.
Diretor de Vigilância em Saúde da Sespa, Denilson Feitosa afirma que esse dados são preocupantes para uma doença que já tem vacina. Ele pondera que a pandemia da Covid-19 afetou o trabalho de combate ao sarampo, na medida em que várias pessoas tiveram que se isolar e os serviços de saúde estiveram cheios e focados no tratamento da Covid-19, mas agora é hora de buscar a vacinação.
“No entanto, nós não podemos esquecer que existem outras doenças e agravos que precisam ser tratados, como as doenças imunopreveníveis, que devem ser lembradas porque podem ser prevenidas com vacinas”, alertou o diretor da Sespa.
Considerando baixa a cobertura vacinal do sarampo no Estado, Denilson Feitosa frisa que é necessário somar esforços para combater o sarampo e o Pará voltar ao nível de cobertura aceitável. “O calendário vacinal precisa estar atualizado na faixa etária de seis meses a 59 anos de idade”.
SALA DE SITUAÇÃO
Para monitorar o surto de sarampo no Estado, a Sespa montou, desde abril, uma Sala de Situação com apoio de uma consultora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e Ministério da Saúde, e está orientando os gestores municipais sobre as ações a serem realizadas, conforme a evolução da pandemia de Covid-19.
Com os sinais de redução da pandemia em algumas regiões, também está sendo construído um Plano Emergencial de Enfrentamento do Sarampo junto aos municípios com maior número de casos, fruto de uma parceria entre Sespa, MS, Opas e as Secretarias Municipais de Saúde.
Foto: Marcelo Camargo / Ag. BrasilFoto: Marcelo Camargo / Ag. BrasilPROTEÇÃO
A vacina contra o sarampo também previne contra rubéola e caxumba e está disponível nas salas de vacina para a população desde seis meses até 59 anos, sendo indiscriminada para as pessoas de 20 a 49 anos, ou seja, vacinadas anteriormente ou não, e seletiva para as outras faixas etárias, isto é, apenas não vacinados ou sem comprovação de vacinação.
O calendário básico indica a vacinação de crianças de 6 a 11 meses com a dose zero, aos 12 meses a dose 1 de tríplice viral e aos 15 meses deve ser administrada a dose 2, sendo a última para toda a vida.
A Sespa comunica que os profissionais de saúde, incluindo todos os outros trabalhadores de estabelecimentos de saúde, devem ter duas doses de vacina, independentemente da idade.
O sarampo é uma doença infecciosa aguda, viral, transmissível e extremamente contagiosa. Uma pessoa infectada pode transmitir para até outras 18 pessoas que não estejam imunes. A transmissão ocorre quando o doente tosse, fala, espirra ou respira próximo de outras pessoas, semelhante à transmissão do novo coronavírus e tem início até seis dias antes do surgimento do exantema (manchas vermelhas na pele). A suscetibilidade ao vírus do sarampo é geral e a única forma de prevenção é a vacina.
Os principais sinais e sintomas do sarampo são febre e exantema maculopapular (área avermelhada com erupção aguda e generalizada, acompanhado de tosse e/ou coriza e/ou conjuntivite. Além dos riscos da própria doença, pesquisadores de Harvard (EUA) descobriram que a agressividade do sarampo é maior do que se pensava, comprometendo o sistema imunológico do paciente contra outras infecções e deixando-o vulnerável a outras doenças e condições que afetam a saúde do indivíduo.
As recomendações para a população são: procurar um serviço de saúde caso apresente os sinais e sintomas de sarampo e procurar as salas de vacina para atualização da carteira de vacinação. Para aqueles com 20 a 49 anos de idade, o Brasil se encontra atualmente na Campanha de Vacinação contra o sarampo indiscriminada para a referida faixa etária, até o dia 30 de agosto.
A Sespa ressalta aos profissionais de saúde que a notificação de casos suspeitos de sarampo deve ser feita até 24 horas após o atendimento, investigação com a busca de contatos em até 48 horas e o bloqueio vacinal seletivo em até 72 horas após a notificação com a vacinação de todos os contatos não vacinados para a interrupção da circulação do vírus e do surgimento de outros casos.
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