O ministro da Economia, Paulo Guedes, avalia que entre setembro e novembro o Brasil terá um “ano novo muito bom pela frente”. Ele participou hoje (16) do seminário virtual Os Reflexos das Decisões Judiciais na Política Econômica, organizado pelo Instituto de Garantias Penais (IGP).
“Acho que lá para setembro, outubro, novembro, nós já estamos num novo país, com ano novo muito bom pela frente. Eu acredito nisso, vamos lutar por isso, manhã, tarde e noite. Estamos lutando por isso e acho que nós vamos conseguir”, afirmou.
Para Guedes, a crise de saúde e econômica será superada e o país seguirá com as reformas. “Tenho certeza que o Brasil vai surpreender”.
No evento, Guedes disse ainda que a crise na economia gerada pelo novo coronavírus é uma “bomba biológica” que gerou uma situação de emergência fiscal. “As crises econômicas são basicamente tipificadas, conhecidas. Essa foi uma bomba biológica, absolutamente inédita”, destacou.
Ele reforçou que a União não pode arcar com todas as perdas de receitas de estados e municípios devido à pandemia. Até porque a União também tem perdas de receitas. Para Guedes, se fizesse isso o governo deixaria “passivos impagáveis” para filhos e netos. “A União é uma viúva que não pode ser explorada, onde todo mundo empurra a conta. Parece muito esperto empurrar a conta para a União, mas isso é uma covardia dessa geração com filhos e netos”, disse ele.
O ministro da Economia lembrou que há “contenciosos inimagináveis”, acima de R$ 1 trilhão, relacionados à tributação. “Quando você tem contenciosos acima de R$ 1 trilhão de um lado e desonerações de R$ 300 bilhões do outro está muito clara a configuração de um manicômio tributário. Os impostos são tão elevados, tão complexos, tão disfuncionais que para um terço do empresariado, que tem influência política, é melhor ir bastante a Brasília para conseguir desoneração. No outro extremo, quem tem pouco trânsito político, mas tem muito recurso financeiro, prefere ir à Justiça para criar esse contencioso”, afirmou.
Segundo Paulo Guedes, a aprovação de uma reforma tributária pode reduzir esses contenciosos. Ele defendeu a criação de um “passaporte tributário”, em que as empresas passariam para um novo regime ao pagar parte da dívida, por meio de um acordo.
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