Nomeado para o Ministério da Educação, o professor Carlos Decotelli entregou nesta terça-feira (30) sua carta de demissão ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O pedido foi aceito pelo presidente, que já estuda novos nomes para a pasta. De acordo com fonte ouvida pelo R7 Planalto, a análise inclui novos nomes para a pasta.
Decotelli teve a nomeação publicada no Diário Oficial da União na última quinta-feira (25), mas não chegou a tomar posse, que estava marcada para esta terça-feira (30) e já havia sido adiada.
O nomeado para o Ministério da Educação havia marcado uma reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) nesta terça, mas cancelou sem informar o motivo – o encontro era avaliado como uma sinalização da permanência de Decotelli na pasta. Em seguida, às 14h30, se reuniu com Bolsonaro.
Decotelli teve a nomeação articulada pelos ministros militares do Planalto. As incoerências no seu currículo, no entanto – instituições disseram que ele não tinha concluído etapas que ele dizia ter concluído – deixaram os ministros constrangidos. Decotelli chegou a alterar o próprio currículo na plataforma Lattes após as contestações.
Apesar da perda de apoio, a ala militar teme que a pasta volte a um nome ideológico, como era o caso dos ministros anteriores -Ricardo Vélez Rodriguez e Abraham Weintraub.
Bolsonaro anunciou Decotelli para a Educação no dia 25 por meio de suas redes sociais. Na ocasião, o mandatário escreveu que o nomeado é “bacharel em Ciências Econômicas pela UERJ, Mestre pela FGV, Doutor pela Universidade de Rosário, Argentina e Pós-Doutor pela Universidade de Wuppertal, na Alemanha”.
A primeira incoerência foi anunciada pelo reitor da Universidade Nacional de Rosario, da Argentina, que negou que Decotelli tenha obtido o título.
Em seguida, a Universidade de Wuppertal, na Alemanha, informou que Decotelli não possui título, apenas que realizou pesquisa de três meses na instituição.
Já a FGV também negou que Decotelli tenha sido professor de qualquer das escolas da fundação – informação que o nomeado colocou em seu currículo, sendo docente da FGV entre 2001 e 2018. A instituição também apurará suspeita de plágio em dissertação feita por Decotelli para a conclusão de curso de mestrado.
Decotelli nega que cometeu plágio, assumiu que não defendeu a tese de doutorado na Universidade de Rosário, mas que concluiu os créditos do curso, além de ter explicado que a pesquisa de conclusão na Universidade de Wuppertal está registrada em cartório na cidade alemã. (Fonte: R7)
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