Em Belém, um plano de saúde criou um drive thru para distribuir cloroquina aos pacientes com sintomas de Covid-19. Em busca do medicamento, longas filas de carros se formaram no centro da cidade. No entanto, o remédio não tem comprovação de eficácia contra o novo coronavírus. Especialistas alertam que o uso da substância não deve ser feito sem acompanhamento médico direto, por causa da gravidade de possíveis reações ao remédio. Um dos principais efeitos colaterais da cloroquina são complicações cardíacas.
Em nota, a Unimed Belém informou que “está distribuindo os medicamentos Azitromicina, Cloroquina e Ivermectina de forma segura, apenas para pacientes com o receituário, e não de maneira indiscriminada”.
A capital do Pará é o epicentro da pandemia no estado e registra 60% das mortes por Covid-19. Na cidade, o plano de saúde montou, no Centro Arquiteônico de Nazaré (CAN), próximo à Basílica Santuário de Nazaré, um posto de distribuição. A distribuição dos remédios começou na última terça-feira (12). De acordo com o plano, cerca de 400 pessoas são atendidas diariamente.
Imagens que circulam em redes sociais mostram uma longa fila de carros a procura do medicamento. Junto com a cloroquina, o plano também distribui azitromicina e ivermectina para pacientes com prescrição médica.
O uso da cloroquina no combate à pandemia tem provocado controvérsia e até mesmo tensão política no Brasil. Nelson Teich, que deixou nesta sexta (15) o Ministério da Saúde, alertava para riscos da cloroquina no tratamento da Covid-19. O uso da cloroquina é defendido pelo presidente Jair Bolsonaro. A discordância em relação ao uso do medicamento para tratar sintomas de Covid-19 é apontada como um dos motivos centrais do pedido de exoneração de Teich
A ação, segundo a nota da Unimed, “não é uma política normal da empresa e só ocorre porque, em decorrência da ausência de tratamento disponível, os médicos estão prescrevendo esses fármacos, em falta no mercado local”.
O plano também disse que a distribuição “segue normas rígidas, cumprindo todos os protocolos de segurança e vigilância sanitária” e que “há médicos e farmacêuticos envolvidos” e “rígido controle de receituário para os antimicrobianos”. A distribuição, ainda segundo a nota, deve continuar amparada por decisão técnica do plano.
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