A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informa que a vacina contra sarampo continua disponível nas unidades de saúde de todo o estado, pois é uma vacina que faz parte do calendário de vacinação do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Cada indivíduo deve tomar duas doses da vacina para ficar imunizado contra a doença.
Então, quem ainda não se vacinou contra o sarampo, deve procurar a unidade básica de saúde mais próxima de sua casa. Em Belém, estão sendo vacinadas as pessoas de seis meses a 49 anos. É importante que a população faça a sua parte.
O sarampo é uma doença infecciosa aguda, viral, transmissível, extremamente contagiosa. Os sintomas iniciais são febre, tosse persistente, irritação ocular e coriza. Após esses sintomas, geralmente há o aparecimento de manchas avermelhadas no rosto, que progridem em direção aos pés. Também pode causar infecção nos ouvidos, pneumonia, convulsões, lesão cerebral e morte.
A transmissão ocorre diretamente de pessoa a pessoa, geralmente por tosse, espirros, fala ou respiração. A infecção também ocorre por meio de gotículas de secreções respiratórias (tosse, espirro etc.) com partículas virais no ar, que podem perdurar por tempo relativamente longo no ambiente, especialmente em locais fechados como escolas e clínicas. A suscetibilidade ao vírus do sarampo é geral e a única forma de prevenção é a vacinação.
Ações – A Sespa vem trabalhando na prevenção do sarampo em conjunto com os municípios, desde 2018, quando houve surtos da doença em Belém e Baixo Amazonas relacionados aos casos do estado do Amazonas. Uma das medidas mais importantes na capital paraense, foi iniciar a Campanha Nacional de Vacinação antes do Círio de Nazaré, para resgatar a cobertura vacinal contra o sarampo, e aumentar a proteção da população paraense durante a intensa movimentação de pessoas vindas de outros estados e países, onde a circulação do vírus estava ativa. A antecipação foi necessária para se garantir o tempo mínimo de dez dias para o desenvolvimento dos anticorpos.
As principais recomendações para a população são as seguintes: procurar um serviço de saúde caso apresente sinais e sintomas de sarampo; procurar as salas de vacina para atualização da carteira de vacinação e/ou realizar vacinação contra o sarampo nas crianças menores de cinco anos; e, em caso de viagem para municípios, estados ou países onde estejam ocorrendo casos de sarampo, regularizar a situação vacinal 15 dias antes da viagem.
Notificação – Além de vacinar quem ainda não tomou a vacina, é importante que todos os casos suspeitos da doença atendidos nos serviços de saúde públicos e privados sejam notificados às Secretarias Municipais de Saúde que, por sua vez, notificam aos Centros Regionais de Saúde da Sespa.
Segundo a diretora do Departamento de Epidemiologia da Sespa, Ana Lúcia Ferreira, a notificação de casos suspeitos de sarampo deve ser feita até 24 horas após o atendimento e o bloqueio vacinal seletivo em até 72 horas após o contato com o caso. “Por isso, é importante que os médicos fiquem atentos aos sinais e sintomas apresentados pelo paciente, principalmente, nos serviços de urgência e emergência, para que não passem despercebidos, evitando que mais pessoas sejam contaminadas”, acrescentou a epidemiologista.
A preocupação continua porque ainda há um surto de sarampo acontecendo na Região Metropolitana de Belém. De 11 de agosto a 14 de dezembro, foram notificados 208 casos suspeitos da doença, dos quais 59 foram confirmados, 79 descartados e 70 ainda permanecem em investigação. Do total de confirmados, 39 são residentes de Belém e 10 de Ananindeua, e os demais de outros municípios.
O surto atual tem relação com casos de pessoas que estiveram nas cidades de São Paulo e Santos, onde, provavelmente, foram expostos ao vírus. Por isso é fundamental cumprir o calendário de vacinação das crianças, adolescentes, adultos e idosos e manter todas as vacinas atualizadas. Só assim, é possível evitar doenças graves como o sarampo, que já havia sido eliminado do Brasil.
A maioria dos casos confirmados é do sexo masculino e da faixa etária de 20 a 30 anos, no entanto, a maior incidência (número de casos por 100 mil habitantes) está entre os menores de um ano, demonstrando a importância de vacinar as crianças a partir dos seis meses de idade, conforme orientação do Ministério da Saúde.
Além de notificar e investigar os casos, cabe as Secretarias Municipais divulgar à população as medidas preventivas contra a transmissão do sarampo e orientar sobre o atendimento médico em casos de sinais e sintomas.
No que se refere às ações por parte da população, todas as pessoas com sinais e sintomas de sarampo devem procurar atendimento médico e manter atualizado o calendário vacinal.
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