Visitas técnicas de profissionais do Sírio-Libanês acontecerão quinzenalmente, além de capacitação de funcionários de Marabá, em São Paulo
Desenvolvido pelo Ministério da Saúde (MS), o Projeto Lean nas Emergências, que visa reduzir a superlotação dos serviços de urgência e emergências do Sistema Único de Saúde (SUS), iniciado em 2018, agora está no 4º ciclo. Nessa fase, 40 hospitais de 18 estados foram selecionados, entre eles o Pará, que conta com dois hospitais, um de Belém, e o Hospital Municipal de Marabá (HMM). Com a iniciativa, a partir de fevereiro, o HMM receberá visitas das equipes do Hospital Sírio-Libanês, parceiro do MS, que promove um acompanhamento às casas de saúde integrantes do Lean nas Emergências.
Segundo Luciano Lopes Dias, secretário municipal de Saúde, em 2019 vários hospitais pelo Brasil obtiveram uma grande melhoria no seu fluxo de atendimento em emergências, em razão da implantação do projeto Lean nas Emergências, do Hospital Sírio-Libanês. “A partir dessa ciência em matérias veiculadas em grandes jornais durante o ano, nós buscamos contato com o Hospital Sírio-Libanês, que é referência no Brasil pela implantação desse projeto, e descobrimos que o Ministério da Saúde fez uma parceria com o Sírio-Libanês onde estava credenciando emergências, para que esse projeto fosse implantado”, explicou Luciano, complementando que na ocasião o Lean perpassava o 4º ciclo do projeto com inscrições abertas.
Logo, a emergência do HMM foi inscrita para participar do projeto, preenchendo uma série de requisitos iniciais, como uma emergência pré-qualificada, para implantação do Lean. A partir daí o HMM recebeu visita de um técnico do Sírio-Libanês, uma vez que, o Lean busca estudar e corrigir os fluxos das emergências e das pessoas que nelas trabalham, como fluxo de pacientes, de atendimento, otimização das rotinas do hospital, bem como rotina de medicamentos, recepção, visita de pacientes, ademais, treinar todo o pessoal que trabalha efetivamente na emergência, incluindo o recepcionista, técnico de enfermagem, e ainda o médico intensivista que faz o trabalho na UCE (Unidade de Internação).
Todas estas etapas possuem o objetivo de diminuir o tempo de espera, para que o atendimento no Pronto Socorro seja mais eficaz. Em consequência, ainda de acordo com Luciano Dias, haverá diminuição no tempo de internação, racionalizando e otimizando a utilização de insumos e de recursos que são ofertados nos prontos socorros.
“Em todas essas situações o Sírio Libanês tem expertise, com base nesse programa que é uma criação japonesa da Toyota, implantado à realidade da saúde, que desenvolveremos na emergência do Hospital de Marabá, para que a gente possa melhorar aquilo que já trabalhamos a algum tempo, a fim de melhorar o atendimento à população, diminuir todo o tempo de espera”, ressalta o secretário municipal de Saúde.
Luciano Lopes Dias lembra que atualmente no HMM já existe otimização, pois todos os problemas relacionados à ortopedia, como por exemplo, um paciente que chega ao HMM com trauma ortopédico, em cerca de 24 h já está cuidado, tratado, e em recuperação. “A gente pretende tratar todos os casos, otimizar a emergência com eficiência que esse programa que o Sírio-Libanês nos proporciona”, garante o titular da pasta da Saúde.
O Lean nas emergências terá duração de um ano, com visitas quinzenais de técnicos do Sírio-Libanês em Marabá para acompanhar a evolução e treinar o pessoal, para que a partir da implementação do projeto, a Secretaria Municipal de Saúde atenda ainda melhor a sociedade de Marabá.
DADOS
Segundo o Ministério da Saúde, ao melhorar a capacidade operacional, organizando fluxos e ampliando o relacionamento das equipes com a gestão hospitalar, a iniciativa consegue diminuir as lotações nos serviços de urgência e emergência. Além disso, visa solucionar outras crises no ambiente do hospital, a exemplo, problemas na internação e recebimento de ambulâncias, falta de atendimento especializado e transporte desorganizado.
Para se ter uma ideia, nos ciclos anteriores o MS conseguiu quantificar redução média de 43% nos indicadores de superlotação nos hospitais do SUS que participam do projeto.
ENTENDA
Inspirado em uma metodologia japonesa, o Lean nas Emergências, integrando Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (PROADI-SUS), é uma parceria do Ministério da Saúde com o Hospital Sírio-Libanês. Com início em 2018, a meta é que até esse ano, 200 hospitais tenham participado da iniciativa, com pelo menos 100 serviços de urgência reestruturados, com mais de 400 profissionais capacitados e 180 protocolos clínicos implantados.
Entre os indicadores de resultados está a Escala de Superlotação do Departamento Nacional de Emergência (NEDOCS em inglês), que mede o grau de superlotação e a permanência no pronto socorro (em inglês, Length of Stay, LOS).
Os hospitais podem se inscrever nos projetos, que acontece em ciclos semestrais, mas precisam estar enquadrados em alguns critérios, como coordenação da emergência, gestão de leitos, protocolos clínicos assistenciais, integrado à Regulação e outros.
Texto: Secom, com informações do Ministério da Saúde.
Foto: Sérgio Silva
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